Um Novo Modelo para o Setor Elétrico Brasileiro
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previamente aceito, <strong>para</strong> atendimento da demanda, pode-se<br />
compor uma combinação de usinas hidráulicas e usinas térmicas.<br />
Estas usinas térmicas devem ter flexibilidade e custos de capital e<br />
de combustível determinados pela probabilidade de despacho, por<br />
sua vez, condicionada pela hidrologia.<br />
A análise das curvas de permanência das afluências (1931-2002),<br />
das regiões Sudeste/Centro-oeste, Nordeste, Norte e Sul, indica<br />
que: a) repetindo-se a pior hidrologia, seriam disponibilizados,<br />
anualmente, 26,5 Gwmédios; b) em 95% dos anos, seriam<br />
disponibilizados mais de 30 Gwmédios; c) em 91,7% dos anos<br />
seriam disponibilizados mais de 32 Gwmédios; repetindo-se em<br />
todas a regiões a média histórica, seriam disponibilizados 45<br />
GWmédios; e, d) somente em 22,2% (100-77,8) dos anos seriam<br />
disponibilizados mais de 50 GWmédios. Assim, a existência de um<br />
parque de complementação térmica, planejado com flexibilidade<br />
adequada de operação, atendendo ao critério de minimização de<br />
custos, por exemplo, com capacidade instalada da ordem de 20<br />
GWmédios, garantiria que, em 95% dos anos, existiria a<br />
capacidade de produzir 50GWmédios (equivalentes a 438TWh de<br />
energia por ano). Mesmo repetindo-se a pior hidrologia,<br />
simultaneamente em todas as regiões, estariam disponibilizados<br />
46,5 GWmédios (correspondentes a 407 TWh por ano). A<br />
capacidade dos reservatórios, combinada com a operação<br />
otimizada do Sistema Interligado, aumentaria ainda mais a<br />
quantidade de energia disponibilizada, todos os anos, com o grau<br />
de confiabilidade previamente estabelecido desde que exista<br />
adequada capacidade de transmissão <strong>para</strong> interligação.<br />
Outrossim, em razão da diversidade, a análise combinada da<br />
hidrologia das regiões do País, aumentaria a confiabilidade do<br />
Sistema ou sua capacidade de disponibilizar energia com grau de<br />
segurança previamente definido.<br />
Porém, <strong>para</strong> a coordenação do Sistema, a questão mais relevante,<br />
embora sejam conhecidos os limites e as condições de contorno<br />
de probabilidades de cada situação energética, é a impossibilidade<br />
de se estabelecer, previamente, com segurança, quando cada<br />
situação ocorrerá. Deste fato decorre que a oferta de energia,<br />
efetivamente disponível em cada ano, será determinada pela<br />
hidrologia verificada, portanto, sujeita a aleatoriedade. Como<br />
conseqüência, o preço, em um regime competitivo (mercado spot<br />
e contratas bilaterais), mesmo com a atenuação proporcionada<br />
pelos reservatórios, será profundamente influenciado por um fator<br />
aleatório, mais do que por fatores de produção sujeitos ao<br />
controle, gestão e otimização pelos agentes e gestores. Assim,<br />
numa seqüência de anos hidrologicamente desfavoráveis<br />
(seqüência crítica) os preços serão extremamente elevados,<br />
prejudicando os consumidores. Em contrapartida, uma seqüência<br />
de anos hidrologicamente favoráveis implicará preços<br />
extremamente baixos, causando prejuízos aos investidores,<br />
dificultando a viabilidade de novos investimentos. A percepção de<br />
riscos, face à ausência de controle dos agentes sobre fatores<br />
decisivos, será incrementada e repassada, no final, aos<br />
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