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Um Novo Modelo para o Setor Elétrico Brasileiro

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estratégico, a perda foi ainda maior, com a renúncia, pelo Estado, de seu<br />

papel de planejador e orientador de políticas em um setor de vital<br />

importância <strong>para</strong> o desenvolvimento social e econômico do país.<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

Em %<br />

EVOLUÇAO das TARIFAS de ELETRICIDADE<br />

182,6<br />

130,3<br />

1995 a 2002<br />

130,1<br />

110,2<br />

58,68<br />

Residencial Industrial Comercial Rural IPC da FIPE<br />

Figura 1 – Evolução das tarifas de eletricidade – Brasil – 1995 a 2002.<br />

Fonte: www.aneel.gov.br/ Tarifas Praticadas e www.fipe.com<br />

Após quase uma década de reformas, as promessas de ampliação de<br />

oferta, qualidade, confiabilidade e preços compatíveis com a realidade não<br />

se realizaram. Ao contrário disso, a exacerbação de um ambiente de<br />

incerteza e falta de regras claras, diante de um precipitado processo de<br />

desverticalização e privatização já, então, em curso, levou, entre os anos de<br />

2001/2002, a um racionamento de 25% do consumo de eletricidade, sob<br />

condições hidrológicas normais (3 anos com afluências acima da média e 2<br />

abaixo da média), que afetou o crescimento econômico e as condições de<br />

vida de toda a sociedade 5 abaixo .<br />

Como conseqüência das medidas introduzidas no âmbito da questão<br />

tarifária desde o movimento pre<strong>para</strong>tório <strong>para</strong> as privatizações que se<br />

seguiriam, a partir de 1995 4/8 abaixo , perdeu-se, progressivamente, a lógica<br />

de estímulo ao desenvolvimento social e econômico, proporcionado por<br />

políticas de subsídios regionais, setoriais e de redistribuição de renda sem<br />

compensações afirmativas. O aumento do preço do insumo favoreceu a<br />

perda de competitividade nos setores produtivos e o aumento de<br />

inadimplência e do déficit social junto à população. Os dados da Figura 3<br />

comprovam que o grande beneficiário dos “ajustes” tarifários do modelo<br />

liberalizante foi o segmento maciçamente privatizado da indústria elétrica, a<br />

4 Além da desequalização tarifária, que removeu os subsídios regionais, distinguem-se três movimentos no sentido de<br />

reduzir os benefícios sociais proporcionados pela política tarifária então em vigor: a) mudança nos critérios de<br />

enquadramento dos beneficiários de tarifas sociais e criação da categoria de baixa renda; b) redução do nível de<br />

desconto por classe de consumo residencial e, c) remoção da progressividade e redução do limite superior de consumo<br />

que propiciava a concessão dos descontos. Para detalhes ver Sauer, I.L., 2002 In: Branco, 2002.<br />

2

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