Um Novo Modelo para o Setor Elétrico Brasileiro
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distribuição, que amealhou grande parte dos mais de R$13 bilhões<br />
extraídos da sociedade brasileira através de aumentos superiores à inflação<br />
(mais de 100% <strong>para</strong> a classe residencial, e de 50% <strong>para</strong> indústria e<br />
comércio, cf. Tabela 1 e Figura 2).<br />
Tabela 1 – Simulação de sobre-receita derivada de aumentos tarifários acima da<br />
inflação – Brasil - 1995 a 2002<br />
Classe de<br />
consumo<br />
Tarifa média*<br />
(R$/MWh)<br />
Variação Consumo<br />
em 2001**<br />
Tarifa de<br />
2002***<br />
Sobrereceita<br />
1995 2002 (%) GWh R$ Bi/ano<br />
Residencial 76,26 209,08 174,2 73.770 121,01 6,5<br />
Industrial 43,59 95,5 119,1 122.629 69,17 3,2<br />
Comercial 85,44 184,45 115,9 44.517 135,57 2,2<br />
Rural/outros 55,19 117,98 136,0 42.880 87,57 1,7<br />
Total 59,58 142,38 139,0 283.796 94,54 13,6<br />
Fonte: (*) ANEEL. Médias dos anos de 1995 e 2002 (até novembro); (**) Eletrobrás. Nota: (***) Caso<br />
corrigida apenas pelo índice de inflação (IPC-FIPE, de aproximadamente 58,7%, no período).<br />
O efeito perverso da alteração da sistemática tarifária, e<br />
conseqüentes aumentos, é mostrado nas tabelas 2 e 3, que apresentam<br />
índices de variação da tarifa <strong>para</strong> duas concessionárias, nos segmentos<br />
baixa renda e convencional. Como revelam os fatos, o segmento de baixa<br />
renda foi, proporcionalmente, o grande prejudicado pelas mudanças.<br />
Tabela 2 – Aumentos residenciais da eletricidade – Eletropaulo - jun/94 a jul/02<br />
Faixas de consumo Para consumidores que<br />
permanecem na classificação<br />
“baixa renda” (%)<br />
Para consumidores que<br />
perderam a condição de “baixa<br />
renda” (%)<br />
Até 30 kWh 332,6 1.171,8<br />
De 31 a 100 kWh 194,2 404,5<br />
De 101 a 200 kWh 144,7 179,8<br />
Fonte: ANEEL. Nesse período o IPC/FIPE variou 103,2%.<br />
Tabela 3 – Aumentos residenciais da eletricidade – Light - jun/1994 a nov/2002<br />
Faixas de consumo Para consumidores que<br />
permanecem na classificação<br />
“baixa renda” (%)<br />
Para consumidores que<br />
perderam a condição de<br />
“baixa renda” (%)<br />
Até 30 kWh 378,2 1.306,0<br />
De 31 a 100 kWh 244,1 490,1<br />
De 101 a 140 kWh* 204,1 247,7<br />
Fonte: ANEEL. No período o IPC/FIPE variou 110,9%. (*) Até 1995 o limite superior era de 200kWh.<br />
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