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Um Novo Modelo para o Setor Elétrico Brasileiro

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Anexo 1<br />

As medidas do governo FHC <strong>para</strong> superar a crise no setor<br />

elétrico: O Acordo geral e as compras emergenciais de energia<br />

também publicada sinteticamente pela Folha de São Paulo e pela Revista Carta<br />

Capital 32 .<br />

A formulação da proposta parte do pressuposto de que a atual crise é<br />

conseqüência do modelo de liberalização do setor elétrico, que segue as diretrizes<br />

de agências internacionais como o BIRD e o FMI. Os investimentos das estatais em<br />

novas usinas não foram realizados por decisão do governo, que lhes negou<br />

financiamentos do BNDES, disponibilizados, porém, <strong>para</strong> que grupos —<br />

principalmente estrangeiros — comprassem usinas já existentes. Assim, a iniciativa<br />

privada foi direcionada à aquisição de capacidade instalada já existente, vendida a<br />

preços inferiores ao custo de novas usinas, que se afigurava um negócio muito<br />

melhor do que investir em projetos de maior risco.<br />

Por outro lado, considera-se que os incentivos e garantias institucionais<br />

oferecidos <strong>para</strong> viabilizar o Programa Termelétrico 33 foram o reconhecimento<br />

governamental do fracasso da reforma elétrica, posto que o pressuposto básico da<br />

reforma era que os agentes privados trariam investimentos dentro do livre jogo das<br />

forças do mercado. Essa forte intervenção governamental constituía uma evidência<br />

do fracasso do modelo em implantação no setor elétrico. Se, como propugnado, o<br />

modelo de mercado funcionasse, não seria necessária nenhuma intervenção deste<br />

porte por parte do governo. Desconsiderando totalmente aspectos técnicos e o<br />

papel complementar das termelétricas em um sistema de base hidrelétrica, o plano<br />

fracassaria totalmente, não fosse a atuação proativa da PETROBRÁS, estatal. Das<br />

49 usinas inicialmente previstas apenas 15 tiveram efetivo andamento, das quais<br />

13 por iniciativa da Petrobrás.<br />

Portanto,<br />

“chegou-se a uma situação em que qualquer acréscimo de geração era premente<br />

além de bem-vindo, não obstante haver outras opções de maior mérito. Embora o<br />

foco seja, <strong>para</strong> o curto prazo, a busca de alternativas de geração de energia elétrica<br />

em caráter emergencial, não se pode desconhecer que o país dispõe de um conjunto<br />

de alternativas <strong>para</strong> o curtíssimo, curto, médio e longo prazos que ainda podem ser<br />

exploradas:<br />

1) Aprofundamento de programas de racionalização de energia, incluindo a gestão da<br />

demanda;<br />

2) Geração distribuída (energia gerada no próprio local de consumo), que poderá se<br />

dar sob a forma de cogeração (geração simultânea de eletricidade e calor de<br />

processo ou frio, no âmbito da indústria e do setor de serviços);<br />

3) Energia eólica e biomassa, hidrelétricas e PCHs (pequenas centrais hidrelétricas),<br />

fontes de energia menosprezadas nos últimos anos e ainda carentes do<br />

estabelecimento adequado de normas e, em alguns casos, fomento.<br />

No curtíssimo prazo, devem merecer particular atenção os programas de<br />

conservação de energia no setor voltados <strong>para</strong> a iluminação residencial e pública,<br />

que poderão, por meio de uma ação coordenada, permitir uma redução de até 2% no<br />

consumo total de eletricidade do país.” (Sauer, 2001, op. cit.)<br />

“Também é possível implementar um programa de geração de emergência, por meio<br />

de grupos geradores de pequeno e médio porte. <strong>Um</strong> programa emergencial deveria<br />

articular os esforços governamentais e privados <strong>para</strong> empreender uma ação<br />

coordenada, contando com a participação de todos os recursos institucionais,<br />

financeiros e logísticos das concessionárias de geração e de distribuição de<br />

32<br />

Baseado em SAUER, I.L. País Pode Parar Antes do Fim do Ano. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 de Maio de<br />

2001, Dinheiro, Especial Energia/Debate.<br />

33 o o<br />

O Programa Prioritário das Termelétricas – PPT foi lançado pelo Decreto n 3371 de 24/02/2000 e Portaria MME n<br />

43 de 25/02/2000.<br />

A.1.2

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