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Um Novo Modelo para o Setor Elétrico Brasileiro

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Integram o conjunto de princípios do modelo setorial proposto a<br />

reestruturação e a recuperação do caráter público do Operador Nacional do<br />

Sistema (ONS), com a garantia de que a energia advinda dos projetos<br />

hidráulicos existentes, bem como dos potenciais favoráveis de recursos<br />

naturais seja prioritariamente destinada ao serviço público, cooperativo ou<br />

comunitário. Também se pressupõe a coexistência com produtores<br />

independentes, já existentes, e consumidores livres que assim desejarem<br />

permanecer.<br />

2.2. A RETOMADA DO PLANEJAMENTO<br />

O Governo Federal decretou em 2001 o racionamento de energia<br />

elétrica. A desmontagem e desaparelhamento do sistema de planejamento,<br />

evidentemente, constituíram uma das principais causas dessa situação<br />

extrema. De outro lado, constatou-se a emergência de novos agentes<br />

empresariais, com novas estratégias de gestão muitas vezes vinculadas a<br />

distintos interesses econômicos e geopolíticos determinados por suas<br />

matrizes localizadas em outros países.<br />

A atuação dos agentes concretamente abandonou o histórico e bem<br />

estruturado sistema de planejamento da expansão. O sistema brasileiro<br />

possui grandes reservatórios em bacias com regimes hídricos distintos e foi<br />

construído sob a lógica de que deveria prevalecer, tecnicamente, a lógica de<br />

gestão integrada, de longo prazo, do estoque de água armazenada. Ao<br />

contrário dos países com predominância termelétrica, a operação atual do<br />

sistema brasileiro tem implicações relevantes nas suas condições futuras<br />

(longo prazo), e, portanto deve levar em conta a possibilidade de situações<br />

de desequilíbrios futuros.<br />

No Brasil, os cenários futuros devem ser considerados na operação<br />

presente. Como a capacidade instalada brasileira cresceu 33% entre 1990 e<br />

2000 contra o crescimento de 49% do consumo, estava evidenciada de<br />

maneira insofismável a deterioração da garantia de energia. Essa garantia<br />

foi dilapidada pelo déficit de investimentos de geração, mas também pelo<br />

abandono de importantes e estratégicos projetos de troncos de transmissão<br />

que reforçariam a interligação das regiões sul, sudeste e norte. Ao contrário<br />

dos sistemas termelétricos, a transmissão no Brasil é capaz de influir não<br />

apenas na confiabilidade, mas também na quantidade de energia ofertada.<br />

A opção governamental por uma regência determinada pelo mercado,<br />

ou pela indução econômica via sinal de preços, não logrou o<br />

desenvolvimento e expansão dos sistemas elétricos com qualidade e<br />

confiabilidade e, portanto destaca-se, naturalmente, a relevância do<br />

funcionamento de um sistema de planejamento vinculado a políticas<br />

públicas <strong>para</strong> a energia. Como discutido, a retomada do planejamento<br />

energético e seu aperfeiçoamento garantiriam a expansão da geração,<br />

transmissão e distribuição de energia elétrica, articulando,<br />

concomitantemente, a política das diversas vertentes energéticas com as<br />

políticas setoriais de desenvolvimento (industrial, agrícola, habitacional,<br />

urbana, transportes, tecnológica e ambiental) e com o sistema de regulação<br />

e controle social.<br />

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