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Dissertação Eliane Costa - Sistema de Bibliotecas da FGV ...

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arte aurática per<strong>de</strong> o sentido: não se po<strong>de</strong>ria falar do cinema, por exemplo, sem o<br />

processo <strong>de</strong> gravação e <strong>de</strong> cópia. (Benjamin, 1990)<br />

Os novos paradigmas <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s e tecnologias digitais vêm, no entanto, trazer<br />

uma tensão a mais, na medi<strong>da</strong> em “[...] as ações <strong>de</strong> gravar, copiar e distribuir saem <strong>da</strong><br />

esfera <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s empresas que fazem a intermediação entre os produtos culturais e os<br />

indivíduos, e se tornam uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para o indivíduo comum, em escalas capazes<br />

<strong>de</strong> incomo<strong>da</strong>r os lucros <strong>da</strong> indústria <strong>da</strong> cultura [...]” (Nicolau, 2009).<br />

Lúcia Santaella aponta que, na transição <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong> massa para a cultura <strong>da</strong>s<br />

re<strong>de</strong>s, surgiram, progressivamente, equipamentos e serviços, como as máquinas<br />

fotocopiadoras, as fitas cassete graváveis, os tocadores <strong>de</strong> música ultraportáteis e<br />

pessoais, bem como as vi<strong>de</strong>olocadoras e canais a cabo, que forjaram uma cultura do<br />

transitório, em que o consumo cultural é individualizado e customizado para aten<strong>de</strong>r a<br />

uma leitura individual. (Santaella, 2004)<br />

Ao substituirem a lógica <strong>da</strong> reprodução pela <strong>da</strong> inovação contínua, os novos<br />

paradigmas suscitados pelo cenário <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s e tecnologias digitais <strong>de</strong>safiam os cânones<br />

<strong>da</strong> indústria cultural e os mo<strong>de</strong>los instituídos <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> saberes. (Pretto, 2008)<br />

Suscitam discussões relaciona<strong>da</strong>s às questões <strong>da</strong> autoria e <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

re<strong>de</strong>, bem como evi<strong>de</strong>nciam disputas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r econômico e geopolítico ilustra<strong>da</strong>s, por<br />

exemplo, nos impasses que colocam <strong>de</strong> um lado os direitos <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual,<br />

e, <strong>de</strong> outro, os novos paradigmas <strong>de</strong> universalização do acesso a conhecimento.<br />

Rovilson Britto vê, nesse cenário, um espaço privilegiado <strong>de</strong> disputa <strong>de</strong><br />

hegemonia na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, “[...] com traços potencialmente positivos, <strong>de</strong>mocratizantes,<br />

plurais e frutíferos, que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvidos e impulsionados apenas se forem<br />

ampliados o acesso e a utilização ao maior conjunto possível <strong>de</strong> pessoas, classes e<br />

grupos sociais [...]”. (Brito, 2009)<br />

Enquanto se travam esses embates, proliferam, na re<strong>de</strong>, práticas que passam ao<br />

largo <strong>da</strong> atual legislação, cujas raízes estão planta<strong>da</strong>s em um contexto que não<br />

pressupunha os paradigmas tecnológicos contemporâneos. Entre essas práticas,<br />

encontram-se não apenas aquelas relaciona<strong>da</strong>s à ampliação <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> copiar,<br />

compartilhar ou remixar, mas também a presença, nem sempre evi<strong>de</strong>nte, como já foi<br />

aqui mencionado, <strong>de</strong> mecanismos, traduzidos em filtros e comandos <strong>de</strong> software, que<br />

controlam o que circula na re<strong>de</strong>, bem como quem po<strong>de</strong>, ou não po<strong>de</strong>, acessar<br />

<strong>de</strong>terminado conteúdo, e em que condições.<br />

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