Dissertação Eliane Costa - Sistema de Bibliotecas da FGV ...
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apresentações ao vivo <strong>de</strong> ban<strong>da</strong>s e apresentações ao vivo <strong>de</strong> DJs nas chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> festas<br />
<strong>de</strong> aparelhagem. O fenômeno foi estu<strong>da</strong>do no âmbito do projeto Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Negócios<br />
Abertos na América Latina, sob a coor<strong>de</strong>nação do Centro <strong>de</strong> Tecnologia e Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
(CTS), na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getulio Vargas, no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
(<strong>FGV</strong>/Direito-Rio), em parceria com o Instituto Overmundo e gerou o livro<br />
Tecnobrega: o Pará reinventando o negócio <strong>da</strong> música. (Castro; Lemos, 2008)<br />
O músico brasileiro Leoni, autor do livro Manual <strong>de</strong> sobrevivência no mundo<br />
digital, fala, em artigo publicado no dia 19 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010 na revista “Domingo”<br />
do jornal O Globo, <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigmas que está em jogo no cenário <strong>da</strong> música:<br />
Antes <strong>da</strong> internet (e <strong>da</strong>s novas tecnologias <strong>de</strong> gravação) só havia um<br />
caminho para quem queria ser artista <strong>de</strong> música no Brasil: um contrato com<br />
uma gravadora. [...] Como sempre tivemos poucas gravadoras, com<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> lançar produtos, a maior parte <strong>da</strong> música brasileira<br />
não era ouvi<strong>da</strong> pelo público. Quantos talentos não se per<strong>de</strong>ram por falta <strong>de</strong><br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>? [...] Hoje todos po<strong>de</strong>mos ser artistas. É muito mais barato<br />
gravar uma canção. E o mesmo laptop que registra e mixa, distribui a música<br />
gratuitamente na re<strong>de</strong>. E ain<strong>da</strong> faz a divulgação nos sites e nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Não há mais os diretores <strong>de</strong> gravadora para dizer não. Os in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
passaram a travar uma guerrilha contra o status quo. Como é que se compete<br />
contra a gratui<strong>da</strong><strong>de</strong>? [...] Claro que há os problemas que tanta <strong>de</strong>mocracia<br />
traz. Se todo mundo tem o direito <strong>de</strong> lançar suas canções, como chamar a<br />
atenção do público? Como separar o (muito) joio do (pouco) trigo? Como<br />
remunerar os envolvidos? Nunca se ouviu tanta música e nunca se pagou tão<br />
pouco por ela. São muitas perguntas para poucas respostas. Estamos no meio<br />
do furacão. As respostas virão, como sempre vieram. Mas uma coisa é certa:<br />
o mo<strong>de</strong>lo já não era bom para ninguém – fora os poucos eleitos pelo sistema.<br />
Para o público, os CDs eram <strong>de</strong>snecessariamente caros para o pouco que<br />
ofereciam. As rádios mais populares só tocavam qualquer canção mediante<br />
jabá, impossibilitando a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> talentos. [...] Nesses novos tempos, é o<br />
talento, e não marketing que chama a atenção. É a diferença, e não a<br />
a<strong>da</strong>ptação às tendências, que entusiasma o público e o transforma em<br />
colaborador. Essa é a máxima do Movimento Música para Baixar, do qual<br />
faço parte: “Fã não é pirata, fã é divulgador”.<br />
Os exemplos acima também apresentam sintonia com as palavras <strong>de</strong> Barlow:<br />
Quanto mais um programa é pirateado, mais provavelmente ele se<br />
tornará um padrão. Todos os exemplos apontam para a mesma conclusão: a<br />
distribuição não comercial <strong>de</strong> informação aumenta a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> informações<br />
comerciais. A abundância gera abundância. Isso é exatamente o contrário do<br />
que acontece numa economia física. Quando você ven<strong>de</strong> substantivos, existe<br />
uma relação inegável entre a rari<strong>da</strong><strong>de</strong> e o valor. Mas, numa economia <strong>de</strong><br />
verbos, vale o inverso: existe um relacionamento entre familiari<strong>da</strong><strong>de</strong> e valor.<br />
Para i<strong>de</strong>ias, fama é fortuna. E na<strong>da</strong> torna você famoso mais rapi<strong>da</strong>mente do<br />
que uma audiência que quer distribuir seu trabalho <strong>de</strong> graça. 242<br />
242 Disponível em (http://www.tid.org.br/modules/news/article.php?storyid=243). Acesso em: 18/05/10.<br />
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