01.06.2014 Views

Baixar - Proppi - UFF

Baixar - Proppi - UFF

Baixar - Proppi - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

movimentos impressionante. Ela andava que nem água, escorrendo e fluindo no chão, e<br />

no final colocou suas mãos segurando a barriga, simbolizando a fertilidade da mulher<br />

(diário, 9 Julho 2009). O corpo que dança Oxum é um corpo super feminino, sutil e<br />

suave. É um corpo fluido como a água, sensual e sedutor, um corpo que é consciênte da<br />

sua beleza e mostra isso nos seus gestos, sua maneira de andar e seu olhar.<br />

O mito no corpo<br />

As descrições dos mitos, arquétipos e gestuais de cada Orixá apresentadas<br />

mostram como os mitos estão personificados no corpo que dança. Como afirma Denise<br />

Zenicola ao falar das figuras míticas do malandro e da mulata como representantes da<br />

cultura carioca e como inspiradores dos dançarinos do Samba de Gafiera, “estes mitos em<br />

performance, com sua elegância e estética peculiares, … apresentam formas de dançar<br />

reveladoras das tradições africanas” (Zenicola, 2007, p. 117). Igualmente, a estética<br />

particular dos mitos dos Orixás em performance apresenta uma dança específica e<br />

reveladora da tradição religiosa do Candomblé, parte fundamental da cultura afrobrasileira.<br />

Através desta análise, quis-se evidenciar a importância do mito como forma de<br />

conhecimento e a presença deste mito no corpo, tanto na dança e na música quanto na<br />

indumentária ou nas performances e afazeres de todo dia. Como escreve Maria Consuelo<br />

Oliveira Santos em um artigo sobre a função pedagógica do mito:<br />

“O mito se concretiza nas histórias, lendas, contos, casos, seja nas orações, nos<br />

rituais, nas oferendas, na arquitetura, na vestimenta, no comer, no dizer, no<br />

dançar, no cantar, pois o mito não se expressa apenas no discurso linguístico, mas<br />

em inúmeras construções textuais que se explicitam nos vários espaços do fazer<br />

humano, através de uma infinidade de formas que a criatividade humana propõe<br />

cotidianamente” (Santos, 2006, p. 162)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!