Baixar - Proppi - UFF
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transformação encontra-se presente na performance musical do grupo de adolescentes do<br />
projeto Guri. Ela escreve:<br />
“Experiência ampla, a performance é central em projetos que, como o Guri, tem<br />
como um dos objetivos principais a intervenção social por meio da música. Ela<br />
torna visíveis atores e instituição. É palco de um amplo jogo de espelhos, lugar de<br />
exibição de identidade e construção de auto-imagens. É espaço de transformação.<br />
É concebida como auge do processo pedagógico, locus de exibição do que foi<br />
aprendido, ensaiado, incorporado. É oportunidade de conhecer novos lugares,<br />
pessoas, é "saída para o mundo".” (Hikiji, 2005)<br />
A autora apresenta como a performance musical, nesse caso, é fonte de construção de<br />
identidades e auto-imagens, é espaço de transformação e ferramenta de ensino, além<br />
de ser uma possibilidade para conhecer novos lugares, novas pessoas e novas<br />
realidades. O conhecimento do outro é considerado por Hikiji como elemento<br />
fundamental para a transformação dos alunos. Tanto o encontro com os outros no<br />
palco quanto com a platéia é uma ferrameta de aprendizagem, apesar de poder ser<br />
tanto alegre quanto conflituoso. Graças a estes encontros, os alunos trocam impressões<br />
um do outro, cada um vê a realidade do outro, e eles se percebem (Hikiji, 2005). A<br />
performance diante de uma platéia permite a fixação de identidade do grupo e a<br />
experiência de transformação, de se tornar o outro sem abandonar a si próprio.<br />
Hijiki, assim como Lopes, também ressalta a experiência sensível da<br />
performance:<br />
“A performance é também uma experiência sensível única, que mobiliza<br />
sensações independentemente de estarem sobre o palco amadores, profissionais,<br />
estudantes ou participantes de um projeto de intervenção social…<br />
Essa manipulação de expectativas, medos, vaidades e do prazer de fazer música –<br />
somente possível dada a relação palco-platéia – corresponde a um intenso<br />
aprendizado sentimental.” (Hikiji, 2005)<br />
Mais uma vez pode-se observar como a performance estimula, mobiliza e manipula<br />
sentimentos e sensações tanto para quem está no palco quanto para a platéia, permitindo<br />
o que Hikiji chama de “intenso aprendizado sentimental”. Este aprendizado, assim como<br />
o pleno envolvimento dos sentidos na performance e a criação de auto-imagens e<br />
identidades fazem parte do palco e sua “magia”. Segundo a autora, essa “magia” do palco