Baixar - Proppi - UFF
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Este comentário mostra como os gestuais da dança dos Orixás fazem parte do nosso dia a<br />
dia e são incorporados nas atitudes e nos rituais cotidianos. Ao mesmo tempo, são estas<br />
atitudes de todo dia que são incorporadas na dança de Orixás, reforçando a história e a<br />
personalidade de uma mulher guerreira. Falando nisso, uma performance que assisti no<br />
teatro Glaucio Gil de Copacabana representou exatamente o arquétipo de Iansã como<br />
mulher guerreira através dos seus símbolos:<br />
“Ao entrar no teatro, o palco era todo cheio de elementos vermelhos: areia<br />
vermelha no chão, colar de bolas vermelhas, vaso e sapatos vermelhos, e a atriz<br />
era uma mulher negra com um vestido vermelho e batom vermelho. O espetáculo<br />
inteiro foi cheio de referências a Iansã, e os elementos do vermelho e do vento<br />
estavam sempre presentes. Durante a performance, a atriz contou histórias de<br />
várias mulheres guerreiras e falou sobre raça e identidade negra. Teve momentos<br />
de dança nos quais os gestuais de Iansã foram utilizados, como o movimento de<br />
ventanias para trás ou o sacudir as mãos espalmadas afastando os eguns.” (16<br />
Outubro 2009)<br />
A simbologia da deusa do vento está presente em cada elemento desta perfomance que,<br />
através do corpo, seja enquanto dança, ou enquanto cores e elementos naturais, é o corpo<br />
de uma mulher guerreira, um corpo forte, impulsivo e determinado, um corpo que tem<br />
atitude, que luta, que se movimenta como o vento, um corpo “vermelho”, que desafia e<br />
obtém o que deseja.