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Baixar - Proppi - UFF

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A dança de Yemanjá reflete sua personalidade maternal e seu elemento natural<br />

das àguas do mar. A dança de Yemanjá se destaca por movimentos de oscilação,<br />

ondulação e flutuação (Martins, 2008, p. 94). As mãos na dança da rainha do mar estão<br />

em um fluxo contínuo e os braços ficam se movimentando como se fossem ondas do mar.<br />

O ritmo é também parecido com o ritmo dos oceanos, e Yemanjá dança parecendo<br />

acariciar as ondas do mar. Além da leveza e ondulação da água, Yemanjá também<br />

representa a fertilidade através de sua dança. Ela movimenta a pélvis ao dançar, símbolo<br />

da reprodução e germinção. Ao se olhar no espelho, ela representa a beleza, mas uma<br />

beleza calma e pacífica. Nas festas públicas observadas, os filhos de santo que<br />

incorporaram Yemanjá dançavam com muita leveza, calma e sutileza. Na festa pública de<br />

Yemanjá em Nova Iguaçu, duas senhoras mais velhas incorporaram a deusa do mar e, ao<br />

dançar, mostraram e transmitiram a sensação de uma figura materna, calma e acolhedora<br />

(diário, 9 Maio 2009). Nas aulas e ensaios de dança Afro, durante a dança de Yemanjá a<br />

tentativa é sempre de movimentar o corpo como se fosse água. Ao se movimentar com<br />

passos laterais, o dançarino joga os braços de baixo para cima, alternadamente, come se<br />

estivesse jogando água para cima do corpo. Em outro momento, o corpo para e o gestual<br />

executado é de se abaixar para pegar água e jogá-la em cima do corpo colocando as mãos<br />

cruzadas no peito e curvando as costas para trás, criando uma imagem pacífica e sensual<br />

de Yemanjá tomando banho. Mais um movimento representa a deusa do mar tomando<br />

banho: o dançarino anda para a frente com os braços esticados em baixo e o corpo<br />

levemente inclinado, e volta para trás cruzando os braços e as mãos no peito, tudo com<br />

um movimento flutuante do corpo. Durante um ensaio, Eliete falou que “a dança de<br />

Orixás é sensação mais de qualquer coisa”. Qualquer movimento de Yemanjá deve<br />

portanto ser executado sentindo o elemento da água no corpo, sentindo a leveza, a<br />

sutileza, a feminilidade (diário, 5 Setembro 2009).<br />

Na dança Afro, uma coreografia em específico fala de Yemanjá e conta sua<br />

história e seu mito: a puxada de rede. Nesta coreografia, a rainha do mar entra em cena,<br />

deslizando os pés no chão lateralmente, locomovendo-se como uma sereia, ondulando os<br />

braços ao lado do corpo e chamando os pescadores, que simbolizam puxar as redes com<br />

seus corpos, enquanto um coral está cantando “E na na e nago, e na na e puxa, puxa a<br />

rede de ioio, canta pra Iemanja”. Enquanto isso, as mulheres dançam segurando as

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