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Baixar - Proppi - UFF

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Aplicando esta noção mais ao campo da dança, e tomando a idéia<br />

principal da tese de doutorado de Helena Katz podemos pensar a dança<br />

como um “pensamento do corpo”. Katz escreve que é como se o corpo<br />

desenvolvesse uma própria inteligência e diz que a qualidade de<br />

movimento mais completa, que pode ser identificada como pensamento<br />

do corpo, é a dança (Katz, 1994). Retomando e complementando esta<br />

idéia, Helena Bastos escreve que “o movimento é o fundamento do<br />

conhecimento, e a dança ganha existência no corpo a partir de<br />

movimentos. É na ação que a dança constrói o corpo para que possamos<br />

entender o seu funcionamento e, consequentemente, conhecer” (Bastos,<br />

2007, p. 213). Corpo e movimento portanto interagem e criam<br />

conhecimento na dança.<br />

Um aspecto interessante de se analisar a respeito, sugerido por<br />

um artigo de Airton Tomazzoni, é ver como “os movimentos do corpo<br />

impõem sua materialidade, sua fisicalidade” (Tomazzoni, 2007, p. 170).<br />

Ele escreve que na dança os signos são determinados pelas qualidades<br />

do corpo em movimento e “pela aparência desse corpo, pela sua forma”.<br />

Ou seja, ”antes de qualquer coisa, é o nível sensórial que fala” (Op. Cit:<br />

170), pois os sentidos dos movimentos remetem a suas qualidades. Nas<br />

palavras de Tomazzoni “o movimento não depende do enredo ou da<br />

história, mas das qualidaes dos corpos em movimento” (Ibidem, p. 171)<br />

e é então no próprio movimento corporal que se funda o significado.<br />

Este conceito pode ser aplicado à experiência do dançarino durantre a<br />

execução de movimentos de orixás. Durante um ensaio no Centro<br />

Coreográfico, por exemplo, Eliete colocou um CD com músicas de<br />

orixás e começamos a seguir ela, executando os movimentos típicos de<br />

cada um. Começamos por dançar Iemanjá, a deusa das águas salgadas,

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