Baixar - Proppi - UFF
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“ Qual é a importância da dança no candomblé? Pode-se dançar danças de orixas<br />
em apresentações?” (17 Junho 2009)<br />
Estas perguntas evidenciam que, mesmo entre os alunos de dança Afro não existe clareza<br />
sobre o fato de que a apresentação de dança de Orixás no palco é distinta do que a<br />
performance durate o ritual. A Eliete aponta outras diferenças fundamentais entre a dança<br />
de Orixá nos dois contextos. Durante uma entrevista, ela conta:<br />
“Lembro de quando fui dar um curso para pai e mãe de santo e ninguem sabia dançar<br />
para orixá. Fiquei com medo; eu sei coisa de palco, não de dentro de candomblé-eles<br />
ficaram bobos que eu não era de dentro mas sabia tudo e eles queriam saber dançar com<br />
os filhos de santo.”<br />
E ainda:<br />
“Quando dei aula para uma turma, tinha uma menina de dentro do candomblé e a gente<br />
fez dança de orixá. Aí deu pra ver a diferença entre o religioso e o cultural. Fizemos o<br />
movimento de Oxum e falei para ela”olha como você está fazendo o movimento de<br />
Oxum-este é de dentro e este que eu estou fazendo é pra palco. Olha a diferença!” (29<br />
dezembro, 2009).<br />
Com estes depoimentos, a professora de dança Afro deixou claro como o movimento e o<br />
gestual “para palco” é diferente do que o gesto “de dentro do Candomblé”. Como<br />
evidenciei na descrição da dança de Orixá anteriormente, os movimentos executados<br />
durante o ritual são mais leves, menos acentuados, enquanto em uma performance no<br />
palco, o dançarino exagera o movimento, amplia-o e estiliza-o.