dependia de como dançava, e a leveza e sutileza pareciam ser o que determina a beleza da dança (diário, 9 Maio 2009). É interessante apontar que, durante as aulas de dança Afro, Eliete também ressalta a importância da execução de movimentos leves e sutis durante a dança de Orixás. Vamos analisar agora como estes e outros elementos são importantes na dança de Orixás, tanto no contexto sagrado quanto no profano. Os Orixás e Suas Danças Trazidos por navios negreiros Do solo africano para o torrão brasileiro Os negros escravos Que entre gemidos e lamentos de dor Traziam em seus corações sofridos Seus Orixás de fé Hoje tão venerados no Brasil Nos rituais de Umbanda e Candomblé Neste terreiro em festa Entre mil adobás Prestamos nosso tributo Aos Orixás Clara Nunes, “Tributo aos Orixás” Composição: Mauro Duarte / Noca / Rubem Tavares Os Orixás são deuses africanos estritamente ligados às forças sagradas da natureza e portadores da energia vital presente no universo e dentro de cada um de nós. Cada Orixá portanto é considerado ser o rei ou rainha de um elemento da natureza, e possui uma personalidade própria relacionada às manifestações destas forças da natureza que afeta sua maneira de se movimentar e de dançar. Estes tratos da personalidade são chamados de arquétipos dos Orixás, repletos de símbolos a ser entendidos e interpretados. As características de cada Orixá os aproxima dos seres humanos, pois eles se manifestam através de emoções como nós. Através de seus gestos, sua indumentária e seus adereços, os Orixás contam suas características e personalidades e suas histórias, seus mitos nagôs. Como escreve Rosamaria Barbara na sua tese de doutorado, “muita importância é dada à manifestação e às posturas que o orixá toma porque, através delas, entende-se quem ele é e qual é a sua história mítica, e qual sua função cósmica e social” (Barbara, 2002, p. 111). Existem vários Orixás, mas no Brasil só reverenciam-se os mais conhecidos. Neste trabalho, farei uma descrição dos Orixás que, além de ser mais conhecidos, são os que estudei e ensaiei nas aulas de dança Afro e que observei manifestados nas festas públicas de Candomblé. Por cada um destes Orixás, incluirei os arquétipos, os mitos principais, os símbolos tais quais indumentária, cores e adereços, e especialmente os gestuais e movimentos típicos da dança de cada um, pois é a dança que, como escreve Rosamaria Barbara “representa a vida do Orixá, é a ilustração viva das palavras das cantigas, que são audíveis com a música, a qual dirige e coordena a dança” (Barbara, 1995, p. 75). A música e a dança expressam o caráter do Orixá e os acontecimentos da sua vida: “Os Orixás dançam a música que conta os acontecimentos das suas vidas” (Ibidem, p. 77). Focando portanto nas danças e gestuais de cada Orixá, contarei seus mitos começando por Exu, que é o primeiro a ser honrado no Candomblé, pedindo licença para continuar com a descrição dos outros Orixás, que dividirei em grupos segundo o elemento da natureza ao qual mais pertencem, pois “a forma da gestualidade das danças dos Orixás imita a forma das energias da natureza que representa” (Ibidem, p. 85).
Em cada elemento da natureza vejo um Orixá: quando os bailarinos dançam, viram água, mata, encruzilhadas e tudo com muita luz. Rubens Barbot EXU Laroiê! QuickTime and a TIFF (LZW) decompressor are needed to see this picture. Exú Orixá, conhecido também como Exú Elegbara, é o deus dos caminhos e da comunicação entre o Orum (mundo dos deuses) e o Aiye (mundo material). Ele é astucioso, brincalhão, e possui dois lados, o positivo e o negativo, que na cosmogonia Iorubá
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TURNER, Victor. (1987). "Images and
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20. Dança de Omolu- Casa e Constru