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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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não lembravam o maxixe, e sim a marcha, pois a melodia era pontua<strong>da</strong> emtamborins e sur<strong>do</strong>s. Muito pratica<strong>da</strong>s em bares e morros como os <strong>do</strong>Estácio e <strong>da</strong> Mangueira, eram uma ”maneira mais rudimentar de fazersamba, recorren<strong>do</strong> muito ao improviso e a técnicas ’primitivas’, secompara<strong>da</strong>s às desenvolvi<strong>da</strong>s por sambistas e chorões, como Donga, Sinhôe Pixinguinha”. O estilo ain<strong>da</strong> facilitava o desfile <strong>da</strong>s escolas, como contou,em 1974, o sambista Ismael Silva, um <strong>do</strong>s fun<strong>da</strong><strong>do</strong>res <strong>da</strong> escola de sambaDeixa Falar. ”No estilo antigo, o samba era assim: tan-tantan-tan-tantan.Não <strong>da</strong>va. Como é que um bloco ia an<strong>da</strong>r assim na rua? Aí a gentecomeçou a fazer um samba assim: bumbum paticumbumpruburundum.”Os novos sambistas iam conscientemente contra o estilo anterior.Exaltavam a periferia e os morros <strong>do</strong> Rio apesar de muitos deles serembrancos e terem uma origem mais abona<strong>da</strong> que os sambistas <strong>da</strong> primeirageração. Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, autor de clássicostanto <strong>da</strong> primeira quanto <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> leva (aju<strong>do</strong>u a escrever a letra deCarinhoso e de marchinhas clássicas, como Chiquita Bacana e Balancê) erafilho de um industrial e estu<strong>da</strong>va arquitetura na Escola Nacional de BelasArtes. Noel Rosa, o mais criativo <strong>do</strong>s compositores de sambas <strong>do</strong> Estácio,estu<strong>do</strong>u no tradicional Colégio de São Bento e chegou a entrar na facul<strong>da</strong>dede Medicina. Como outros sambistas dessa geração, Noel Rosa a<strong>do</strong>tou omarketing <strong>da</strong> pobreza, fazen<strong>do</strong> de si um representante <strong>da</strong> periferia carioca.”Noel vestiu rigorosamente o figurino <strong>do</strong> samba <strong>do</strong> Estácio e desconsiderouo resto. Em seus sambas ocorrem várias sau<strong>da</strong>ções a quase to<strong>do</strong>s os recantos<strong>do</strong> samba no Rio de Janeiro, quase to<strong>do</strong>s liga<strong>do</strong>s às recentes escolas desamba e que faziam sambas nos moldes <strong>do</strong> Estácio: Mangueira, Salgueiro,Osval<strong>do</strong> Cruz, Madureira etc.”, escreveu o historia<strong>do</strong>r José AdrianoFenerick. ”No entanto, Noel nunca se referiu à Ci<strong>da</strong>de Nova, local de onde

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