08.07.2015 Views

leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pega<strong>do</strong> pesa<strong>do</strong> demais. O historia<strong>do</strong>r León Pomer escreveu na Folha deSão Paulo:A guerra não foi promovi<strong>da</strong> pelo governo inglês, e eu,pessoalmente, não tenho provas de que os estadistas britânicos a tenhamdeseja<strong>do</strong> (fora <strong>do</strong> âmbito de seus sentimentos pessoais) como parte de umapolítica no Prata.A afirmação, vin<strong>da</strong> de um <strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>res <strong>da</strong> vitimologia <strong>da</strong> Guerra<strong>do</strong> Paraguai, é de 1997. Era de esperar que, a partir de então, as escolasficassem livres para novos retratos <strong>do</strong> conflito. Mas são poucos os livrosdidáticos que mostram o la<strong>do</strong> cruel <strong>do</strong> dita<strong>do</strong>r paraguaio. Grande partedeles continua implantan<strong>do</strong> os velhos chips de repetição de chavões <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1980. O livro História e Vi<strong>da</strong> em circulação em 2008 ain<strong>da</strong>repetia que ”o Paraguai dependia pouco de outros países para satisfazer suasnecessi<strong>da</strong>des básicas”. A apostila de 2007 <strong>do</strong> Objetivo, um <strong>do</strong>s maiorescolégios de São Paulo, desfia uma teoria obsoleta há mais uma déca<strong>da</strong>: ”AGuerra <strong>do</strong> Paraguai deve ser entendi<strong>da</strong> nos quadros <strong>do</strong> imperialismobritânico no século 19. O Paraguai surgia como o país mais desenvolvi<strong>do</strong> <strong>da</strong>América <strong>do</strong> Sul”.Eu fui um <strong>do</strong>s estu<strong>da</strong>ntes que aprenderam a tragédia paraguaia. Eraaluno de um colégio de freiras e considerava os professores de história egeografia meus heróis. Um deles era candi<strong>da</strong>to a deputa<strong>do</strong> estadual, o outroorganizava mutirões para construção de casas na periferia. As provas queeles passavam eram geralmente questionários - ganhava 10 quemrespondesse os lugares-comuns na linha política <strong>do</strong> professor ou <strong>do</strong> livrodidático que ele usava. Demorou para eu perceber que a história <strong>do</strong>genocídio no Paraguai fazia parte de um discurso político. Se aquelas listasde perguntas enfa<strong>do</strong>nhas e de conteú<strong>do</strong> velho ain<strong>da</strong> existem hoje em dia,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!