08.07.2015 Views

leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MUITO ALÉM DA CASA-GRANDENo livro Um Contraponto Baiano, o historia<strong>do</strong>r americano BertBarickman defende que cenas assim aconteciam no próprio RecôncavoBaiano, região de grandes plantations de cana-de-açúcar. Em fazen<strong>da</strong>s deNazaré <strong>da</strong>s Farinhas, São Gonçalo <strong>do</strong>s Campos e Santiago <strong>do</strong> Iguape, emmédia 59% <strong>do</strong>s senhores tinham até quatro escravos- apenas 4,5% deles tinham mais de 20 escravos e só 1%, mais de 60. Nãose sabe como senhores e escravos viviam nessas pequenas fazen<strong>da</strong>s, masalguns registros dão uma ideia. O historia<strong>do</strong>r Barickman se baseia na peçade teatro O Juiz de Paz na Roça, cria<strong>da</strong> por Martins Pena em 1838. Napeça, O senhor e seu único escravo trabalham juntos, voltam para casareclaman<strong>do</strong> <strong>do</strong> cansaço e jantam la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong>. O senhor escravista, diz ohistoria<strong>do</strong>r, ”nem na roça, onde empenha uma enxa<strong>da</strong>, riem à mesa dejantar, onde come com as mãos e depois lambe os de<strong>do</strong>s, poderia se fazerpassar por um grande e altivo senhor <strong>do</strong> tipo descrito por Gilberto Freyre”.O comércio direto para o Brasil fazia nobres africanos seinteressarem pela política interna <strong>do</strong> reino português. Em 1822, quan<strong>do</strong><strong>do</strong>m Pedro Primeiro deu o grito às margens <strong>do</strong> Ipiranga, o obá Osemwede,<strong>do</strong> Benin, e Ologum Ajan, de Lagos, foram os primeiros a reconhecer aindependência <strong>do</strong> Brasil. O país também servia de exílio, onde negrosnobres vinham passar um tempo depois de derruba<strong>do</strong>s <strong>do</strong> trono. O príncipeFruku, <strong>do</strong> golfo <strong>da</strong> Guiné, foi posto num navio negreiro por um adversáriopolítico. No Brasil, ganhou o nome de Jerônimo, mas deve ter fica<strong>do</strong> pouco

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!