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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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deste Cruel Rei, que aqui me acho há 23 anos fora <strong>do</strong>s portugueses, VossaMagnificência queira per<strong>do</strong>ar meu grande atrevimento”, escreveuInocêncio, avisan<strong>do</strong> sobre ”como tratam os pobres portugueses nesta terra”.Os intérpretes brancos aju<strong>da</strong>vam os nobres africanos duranteviagens diplomáticas. Entre 1750 e 1811, embaixa<strong>do</strong>res africanos foram àBahia e a Portugal com o objetivo de negociar o preço de escravos e pedir omonopólio de ven<strong>da</strong> aos portugueses. Segun<strong>do</strong> o etnógrafo Pierre Verger,foram quatro viagens diplomáticas de envia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> rei <strong>do</strong> Daomé, duas <strong>do</strong>sreis de Onim (hoje Lagos) e outra <strong>do</strong> chefe de Ardra (Porto Novo). Tantono Brasil quan<strong>do</strong>na corte em Portugal, os diplomatas e seus auxiliares foram recebi<strong>do</strong>s comluxo. A partir de 1795, <strong>do</strong>is diplomatas <strong>do</strong> Daomé passaram quase <strong>do</strong>isanos sob os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> reino português. Foram para a Bahia e de lá paraPortugal. Na sede <strong>do</strong> reino, um deles morreu de resfria<strong>do</strong> e outro foibatiza<strong>do</strong>, ganhan<strong>do</strong> o nome real de João Carlos de Bragança. Apesar <strong>da</strong>morte <strong>do</strong> representante, a comitiva voltou a Salva<strong>do</strong>r para desfrutar <strong>do</strong>sconfortos <strong>da</strong>s instalações portuguesas.A imagem mais repeti<strong>da</strong> <strong>da</strong> escravidão deve ser a <strong>do</strong> negro sen<strong>do</strong>chicotea<strong>do</strong> no pelourinho de uma grande fazen<strong>da</strong> por um carrasco sádico,enquanto dezenas de outros negros assistem cabisbaixos e, na casa-grande,um poderoso coronel branco dá um pequeno sorriso de satisfação. Castigosviolentos como esses aconteceram em diversos sistemas escravistas. NoBrasil, eram comuns sobretu<strong>do</strong> nas grandes plantações de cana-de-açúcar<strong>do</strong> Nordeste, as plantations descritas pelo sociólogo pernambucanoGilberto Freyre, onde imperava a monocultura dedica<strong>da</strong> à exportação. Na

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