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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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e seringais cujos <strong>do</strong>nos se acham de posse há alguns anos sem reclamação <strong>da</strong>Bolívia.Depois de uma comunicação como essa, a atitude mais espera<strong>da</strong> <strong>do</strong>governo era aceitar os avisos <strong>do</strong> oficial, tentar reverter a fronteira <strong>do</strong> Acre egarantir as riquezas que poderiam vir de lá. No século 19, a exportação <strong>da</strong>borracha fez de Manaus e Belém ci<strong>da</strong>des com aveni<strong>da</strong>s e teatrosriquíssimos, cujos mora<strong>do</strong>res importavam vinhos e queijos franceses eman<strong>da</strong>vam engomar camisas em Portugal. Além <strong>do</strong>s impostos provenientes<strong>da</strong> borracha, o governo central tinha outro bom argumento para negociarcom a Bolívia. Naquela época, impasses sobre fronteiras distantes eramgeralmente decidi<strong>do</strong>s pelo princípio <strong>do</strong> uti possidetis, segun<strong>do</strong> o qual asoberania <strong>da</strong> área pertence a quem de fato a ocupa. O Acre vinha sen<strong>do</strong>habita<strong>do</strong> por <strong>brasil</strong>eiros desde 1879, depois que uma grande seca atingiu oCeará e desencadeou uma migração nordestina para a Amazônia. Se ogoverno <strong>brasil</strong>eiro quisesse ficar com a região, tinha motivos. Mas o Rio deJaneiro não deu a mínima para os avisos <strong>do</strong> oficial Thaumaturgo, queacabou afasta<strong>do</strong> <strong>da</strong> missão. Um novo chefe foi nomea<strong>do</strong>, o capitão-tenenteCunha Gomes. Ele tratou de fazer vista grossa para os povoa<strong>do</strong>s <strong>brasil</strong>eirose estabelecer a divisa com base no trata<strong>do</strong> anterior, lembran<strong>do</strong> os bolivianosmais uma vez: o Acre é de vocês. O governo <strong>do</strong> Rio de Janeiro a<strong>do</strong>rou - atéhoje, Cunha Gomes nomeia a linha reta que delimita a fronteira norte <strong>do</strong>esta<strong>do</strong>.Essa foi a segun<strong>da</strong> vez que o governo tentou se livrar <strong>do</strong> Acre. Em1898, o ministro <strong>da</strong>s Relações Exteriores, Dionísio de Castro Cerqueira,pôde enfim escrever um telegrama ao governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Amazonas. Pediu-lhepara ”concor<strong>da</strong>r no estabelecimento de posto aduaneiro à margem <strong>do</strong> Acreou Aquiri, em território incontestavelmente boliviano, isto é, acima <strong>da</strong> linha

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