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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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cérebro pior ou eram menos <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por Deus, mas porque vê neles umgrande potencial de crescimento e auxílio no progresso <strong>do</strong> país. Chega acitar negros ilustres <strong>da</strong> história <strong>brasil</strong>eira, como Henrique Dias, herói <strong>da</strong>expulsão <strong>do</strong>s holandeses em Pernambuco. ”Sem a escravidão africana e otráfico que a realizou, a América seria hoje um vasto deserto”, diz Alencarna segun<strong>da</strong> carta ao impera<strong>do</strong>r. ”Três séculos durante, a África despejousobre a América a exuberância de sua população vigorosa.”De acor<strong>do</strong> com José de Alencar, to<strong>da</strong> nova civilização <strong>da</strong> históriafloresceu por meio <strong>da</strong> escravidão de civilização decadente. O trabalhoforça<strong>do</strong> seria uma ”educação pelo cativeiro”, ou seja, um mo<strong>do</strong> de tirarindivíduos <strong>da</strong> selva e <strong>da</strong>r-lhes a acesso a instrução. O escravo, durante anosde servidão, iria adquirir quali<strong>da</strong>des morais suficientes para ser um novomembro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Como mostra desse fenômeno, Alencar cita o altonúmero de escravos alforria<strong>do</strong>s no Brasil que compravam a liber<strong>da</strong>de ou aganhavam de presente. Ele afirma:Se a escravidão não fosse inventa<strong>da</strong>, a marcha <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de seriaimpossível, a menos que a necessi<strong>da</strong>de não suprisse esse vínculo por outroigualmente poderoso. Desde que o interesse próprio de possuir o venci<strong>do</strong>não coibisse a fúria <strong>do</strong> vence<strong>do</strong>r, ele havia de imolar a vítima. Significara,portanto, a vitória na Antigüi<strong>da</strong>de uma hecatombe; a conquista de um país,o extermínio <strong>da</strong> população indígena.Desde as origens <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, o país centro de uma esplêndi<strong>da</strong>civilização é, no seu apogeu, um merca<strong>do</strong>, na sua decadência, um produtorde escravos. O Oriente abasteceu de cativos a Grécia. Nessa terra augusta<strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de, nas ágoras de Atenas, se proveram desse traste os orgulhosospatrícios de Roma. Por sua vez, o ci<strong>da</strong>dão rei, o civis romanus, foi escravo<strong>do</strong>s go<strong>do</strong>s e hunos.

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