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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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passaram milhões de africanos, e estendeu-se o habitat <strong>da</strong> raça negra <strong>da</strong>smargens <strong>do</strong> Congo e <strong>do</strong> Zambeze às <strong>do</strong> São Francisco e <strong>do</strong> Paraíba <strong>do</strong> Sul.”Com os mais de 4 milhões de escravos que vieram força<strong>do</strong>s ao Brasil, veiotambém a África.Na déca<strong>da</strong> de 1990, quan<strong>do</strong> os historia<strong>do</strong>res passaram a <strong>da</strong>r mais peso àinfluência <strong>da</strong> cultura africana na escravidão <strong>brasil</strong>eira, os estu<strong>do</strong>s sofreramuma revolução. Em obras como Em Costas Negras, publica<strong>da</strong> em 1997pelo historia<strong>do</strong>r Manolo Florentino, houve uma mu<strong>da</strong>nça de ponto de vistamuito pareci<strong>da</strong> com a que aconteceu com os índios. Os negros deixaram deser vistos como vítimas constantemente passivas, que nunca agiam porescolha própria. ”Em franca reação à visão reifica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> africano sugeri<strong>da</strong>pelos estu<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s de 1960 e 1970, os historia<strong>do</strong>res buscarammostrar o negro como sujeito <strong>da</strong> história, protagonista <strong>da</strong> escravidão, ain<strong>da</strong>que não aquilomba<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> não cúmplice <strong>do</strong> cativeiro”, escreveu ohistoria<strong>do</strong>r Ronal<strong>do</strong> Vainfas. Essa nova corrente de estu<strong>do</strong>s descobriupersonagens bem diferentes <strong>do</strong>s pares ”senhor cruel/escravo rebelde” ou”senhor camara<strong>da</strong>/escravo submisso”, como se refere o historia<strong>do</strong>r Flávio<strong>do</strong>s Santos Gomes. Também fez aflorar histórias aparentementedesagradáveis para minorias e movimentos sociais, como as que estão aseguir.No auge de seu poder, o rei africano Kosoko, de Lagos, hoje capital<strong>da</strong> Nigéria, resolveu <strong>da</strong>r um presente para três de seus filhos. Man<strong>do</strong>u-ospara uma espécie de intercâmbio estu<strong>da</strong>ntil <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Atlântico,provavelmente de carona num navio negreiro cheio de escravos vendi<strong>do</strong>spelo pai deles.

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