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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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preferiam suavizar a cruel<strong>da</strong>de <strong>do</strong> assassinato. Costumava sorrir muito e”não aparentava mais de 16 anos”, escreveu anos depois a militante MariaWerneck de Castro, sua companheira na prisão feminina. Perto <strong>do</strong>s outrosconspira<strong>do</strong>res, é certo que era uma menina ingênua, uma ”pequena”, comoPrestes se referiu a ela na carta que a levaria à morte.Elza e o namora<strong>do</strong> Miran<strong>da</strong> foram captura<strong>do</strong>s pela polícia emjaneiro de 1936. A tragédia <strong>da</strong> garota começou não exatamente quan<strong>do</strong> elafoi presa, e sim duas semanas depois, quan<strong>do</strong> a polícia a liberou. Oscomunistas que ain<strong>da</strong> não tinham si<strong>do</strong> captura<strong>do</strong>s pela polícia passaram adesconfiar dela. Naquela altura, a conspiração comunista desabava. Olga,Prestes e o agente russo Pavel Stuchevski, escondi<strong>do</strong>s no Méier,comunicavam-se por cartas com os funcionários <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> ComunistaBrasileiro. Como Miran<strong>da</strong>, o namora<strong>do</strong> de Elza e secretário-geral <strong>do</strong>parti<strong>do</strong>, já tinha si<strong>do</strong> preso, sobraram apenas dirigentes menores, comoHonório de Freitas Guimarães, chama<strong>do</strong> na época de ”Martins”, eFrancisco Nativi<strong>da</strong>de Lyra, o ”Cabeção”. Trocan<strong>do</strong> mensagens secretas, osforagi<strong>do</strong>s achavam que a polícia estava conceden<strong>do</strong> privilégio demais àgarota. Enquanto quase to<strong>do</strong>s os militantes eram tortura<strong>do</strong>s na cadeia, Elzatinha fica<strong>do</strong> livre em duas semanas, reclaman<strong>do</strong> apenas de alguns safanões.Também poderia voltar à cadeia sempre que quisesse visitar o namora<strong>do</strong>.Quan<strong>do</strong> frequentava a prisão, saía de lá entregan<strong>do</strong> bilhetes de Miran<strong>da</strong> acolabora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>. Para o grupo de comunistas, Elza,voluntariamente ou não, estaria a serviço <strong>da</strong> polícia. Ou pecava por traição,ten<strong>do</strong> delata<strong>do</strong> os colegas na cadeia, ou por ingenui<strong>da</strong>de, levan<strong>do</strong>investiga<strong>do</strong>res que a se<strong>guia</strong>m a esconderijos. ”To<strong>do</strong>s acreditam que aGarota - ou G., como ela é trata<strong>da</strong> nessa correspondência em que,

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