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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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Elza foi morta no dia 2 de março de 1936. Segun<strong>do</strong> o depoimentoque Manoel Severiano Cavalcanti, outro participante <strong>do</strong> assassinato, deu àpolícia em 1940, o crime começou quan<strong>do</strong> Martins pediu a Elza que fizessecafé para o grupo, ”no que a vítima, sorridente e satisfeita, prontamenteacedeu”. Depois de levar o café, Elza se preparava para sentar quan<strong>do</strong>Francisco Nativi<strong>da</strong>de Lyra ”aproximou-se rapi<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> menor,envolven<strong>do</strong>-lhe o pescoço com a cor<strong>da</strong>”. No momento em que ela começoua se debater, os outros se juntaram ao ataque para garantir que ela nãorespirasse. Alguns <strong>do</strong>s ossos de Elza foram quebra<strong>do</strong>s, para que o corpopudesse caber num saco, e a garota foi enterra<strong>da</strong> no quintal <strong>da</strong> casa deGua<strong>da</strong>lupe.To<strong>da</strong> a correspondência sobre a garota foi encontra<strong>da</strong> três diasdepois, quan<strong>do</strong> a polícia prendeu Olga e Prestes na casa <strong>do</strong> Méier. Entrecentenas de artigos, <strong>do</strong>cumentos, manuscritos e cartas escritas pelorevolucionário <strong>brasil</strong>eiro, estavam cópias <strong>da</strong>s cartas sobre Elza. Apesar deter encontra<strong>do</strong> a correspondência, a polícia demorou quatro anos paraperceber que a garota não tinha desapareci<strong>do</strong>, e que a expressão ”medi<strong>da</strong>sextremas”, comum nas cartas, significava um assassinato. Seu corpo foiencontra<strong>do</strong> em 1940, depois que os integrantes <strong>do</strong> PCB foram presos,confessaram o crime e indicaram o local <strong>da</strong> cova. O irmão dela e umdentista, que tratara de Elza pouco antes <strong>da</strong> morte, identificaram o corpo.Prestes e outros três envolvi<strong>do</strong>s no caso foram condena<strong>do</strong>s a penas de 20 a30 anos de prisão pelo assassinato de Elza, mas libera<strong>do</strong>s em 1945 com aanistia concedi<strong>da</strong> por Getúlio Vargas. Na época, até mesmo a InternacionalSocialista, em Moscou, investigou o caso, apontan<strong>do</strong> Prestes comoman<strong>da</strong>nte <strong>do</strong> crime, e Martins e Francisco Lyra como os executores.

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