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leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil

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Apesar de evitarem aderir aos costumes indígenas, os padres faziamvista grossa para o fumo - eles também deveriam <strong>da</strong>r umas traga<strong>da</strong>s, poisacreditavam que a ”erva santa” fazia bem para curar feri<strong>da</strong>s, eliminar ocatarro e aliviar o estômago, órgão que, diante <strong>da</strong> alimentação <strong>brasil</strong>eira,fazia os padres sofrer.O tabaco fez tanto sucesso no litoral de São Paulo que Luís deGóis, um <strong>do</strong>s fun<strong>da</strong><strong>do</strong>res <strong>da</strong> capitania de São Vicente, resolveu levar umaamostra de fumo ao rei de Portugal. Na corte, a planta chamou a atenção deJean Nicot, embaixa<strong>do</strong>r francês em terras lusitanas. Entusiasma<strong>do</strong> com adescoberta, o diplomata man<strong>do</strong>u, em 1560, uma remessa de fumo para asua rainha, Catarina de Médici. A rainha francesa a<strong>do</strong>rava novi<strong>da</strong>des eachou o tabaco sensacional, fazen<strong>do</strong> a planta cair no gosto <strong>da</strong> corte francesa.O embaixa<strong>do</strong>r Nicot acabou emprestan<strong>do</strong> seu sobrenome para o nomecientífico <strong>da</strong> erva (Nicotiana tabacum), assim como <strong>da</strong> substância”nicotina”.Os primeiros carregamentos de tabaco consumi<strong>do</strong>s entre os nobreseuropeus vieram <strong>do</strong> Brasil. É provável que a primeira plantação de tabacopara exportação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tenha si<strong>do</strong> uma roça paulista de 1548. Por quasetrês séculos, a planta foi o segun<strong>do</strong> maior produto de exportação <strong>do</strong> Brasil,atrás apenas <strong>da</strong>cana-de-açúcar. Séculos depois, com a industrialização <strong>do</strong> cigarro, o hábitode fumar tabaco resultaria numa catástrofe com milhões de mortes. AOrganização Mundial de Saúde estima que o fumo vai matar l bilhão depessoas no século 21. Culpa <strong>do</strong>s índios?Claro que não. Os índios e seus descendentes não têm nenhumaresponsabili<strong>da</strong>de sobre um hábito que copiamos deles. Na ver<strong>da</strong>de, temos éque agradecer a eles por terem nos inicia<strong>do</strong> nesse costume maravilhoso que

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