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GILBERTO FREYRE ADMIRAVA A KU KLUX KLANQuan<strong>do</strong> publicou Casa-Grande e Senzala, em 1933, o escritor eantropólogo Gilberto Freyre provocou uma revolução: defendeu que osmestiços, até então considera<strong>do</strong>s a causa <strong>do</strong>s problemas <strong>do</strong> país, eram naver<strong>da</strong>de uma agradável particulari<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s <strong>brasil</strong>eiros. Foi uma reviravoltapara ele próprio. Antes de publicar sua obra-prima, o pernambucano, assimcomo os colegas mais velhos, torcia pelo gradual embranquecimento <strong>do</strong>s<strong>brasil</strong>eiros. O antropólogo afirmou, por exemplo, que o Brasil deveria seguira Argentina e clarear a população. ”Temos muito que aprender com osvizinhos <strong>do</strong> Sul”, escreveu ao resenhar o livro Na Argentina, de OliveiraViana, um <strong>do</strong>s grandes defensores <strong>da</strong> eugenia no Brasil. ”Parece que nesteponto a República <strong>do</strong> Prata leva decidi<strong>da</strong> vantagem sobre os demais paísesAmericanos. Em futuro não remoto sua população será praticamentebranca.” Ele também reclama, num artigo escrito para o Diário dePernambuco em 1925, <strong>da</strong>s regiões ”contamina<strong>da</strong>s pelo sangue negro”, onde”o mata-borrão ariano dificilmente chupa, apenas atenua, o colori<strong>do</strong> <strong>da</strong>smuitas manchas escuras”. E torce para que o sangue ”<strong>da</strong> raça superior”pre<strong>do</strong>mine no país.Em Vi<strong>da</strong> Social no Brasil nos Mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Século 19, sua dissertaçãode mestra<strong>do</strong> apresenta<strong>da</strong> na Universi<strong>da</strong>de Colúmbia, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,em 1922, há afirmações ain<strong>da</strong> mais compromete<strong>do</strong>ras. No trabalhoacadêmico, o <strong>brasil</strong>eiro elogiou o esforço <strong>do</strong>s ”cavalheiros <strong>da</strong> Ku Klux KlanAmericana” — grupo que naquela época já executava negros -, chaman<strong>do</strong>osde ”uma espécie de maçonaria guerreira” cria<strong>da</strong> pelos sulistas Americanoscontra a humilhação imposta pelo Norte. Em 1964, quan<strong>do</strong> a dissertação

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