leandro-narloch-guia-politicamente-incorreto-da-histc3b3ria-do-brasil
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PARA QUE, AFINAL, SERVIA A COLUNA PRESTES?Em 1924, jovens militares saíram arma<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s quartéis e invadiramSão Paulo. Forçaram a fuga <strong>do</strong> presidente <strong>da</strong> província (equivalente <strong>da</strong>época ao governa<strong>do</strong>r) e exigiram a que<strong>da</strong> <strong>do</strong> presidente <strong>da</strong> República, ArturBernardes. Quan<strong>do</strong> tropas federais revi<strong>da</strong>ram, atacan<strong>do</strong> a ci<strong>da</strong>de comaviões, os cerca de 3 mil rebeldes resolveram fugir para su<strong>do</strong>este, rumo aoParaná. Era época <strong>do</strong> tenentismo, a revolta de jovens militares contra aRepública Velha, e centenas de outros capitães e tenentes <strong>do</strong> país tomavama mesma atitude. Em Foz <strong>do</strong> Iguaçu, os paulistas se uniram a militaresrebeldes que vinham <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Um de seus líderes era LuísCarlos Prestes, um capitão de 26 anos que havia aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> o PrimeiroBatalhão Ferroviário de Santo Ângelo. A união de forças gaúchas epaulistas poderia resultar numa nova investi<strong>da</strong> contra São Paulo ou contra oRio de Janeiro. Em vez disso, o ban<strong>do</strong> decidiu acatar uma ideia de Prestes:seguir viagem por regiões remotas, pobres e desprotegi<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Brasil. DoParaná, atravessaram Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e cortaram to<strong>do</strong>sos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste. Passaram <strong>do</strong>is anos cavalgan<strong>do</strong> cerca de 15 milquilômetros pelo país, sem nunca se aproximar <strong>do</strong> centro <strong>do</strong> governofederal. Acabaram voltan<strong>do</strong> ao Centro-Oeste e se refugian<strong>do</strong> na Bolívia eno Paraguai, em 1927.Depois de tantas déca<strong>da</strong>s, ain<strong>da</strong> é difícil entender por que, afinal decontas, aquele grupo viajou tanto. De acor<strong>do</strong> com diversos livros, o objetivo<strong>da</strong> aventura quilométrica era constatar ”de perto a exploração <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>spopulares pelos líderes econômicos locais”, ”denunciar a miséria” e”conscientizar a população”. É preciso ter muito boa vontade para acreditar