64 Neusa Haruka Sezaki Gritticonsideração o princípio da modelagem com texto decomplexidade crescente (Bandura, 1986).Como sugestão para melhorar o vocabulário dos discentes,<strong>se</strong>ria necessário um trabalho interdisciplinar, emque todos os docentes do curso tomariam as mesmasposições no <strong>se</strong>ntido de os estudantes adquirirem vocabuláriotanto geral quanto específico. Posteriormente emséries mais avançadas, os estudantes estarão redigindoresumos em inglês em <strong>se</strong>us artigos científicos.Orações em inglêsConstata-<strong>se</strong> que a falta de conhecimento prévio prejudicao aprendizado da língua estrangeira num cursoinstrumental. A maior parte das orações apre<strong>se</strong>ntadaspelos voluntários não evidencia qualquer conhecimentode estrutura de uma oração – SVO (sujeito, verbo,objeto) <strong>ou</strong> SVC (sujeito, verbo, complemento) – que é omesmo da língua materna. Aí, novamente, surge a questãoem relação à língua materna, <strong>se</strong>rá que essa falta deconhecimento ocorre também em português? Estudoscorrelacionais poderiam <strong>se</strong>r de grande utilidade paraesclarecer a questão. Era de esperar, no entanto, que,nes<strong>se</strong> teste, os sujeitos já pudes<strong>se</strong>m apre<strong>se</strong>ntar algumasorações simples.Nos dois grupos GD e GN, verifica-<strong>se</strong> que as hipóte<strong>se</strong>snulas foram rejeitadas nas comparações tanto doT 1e T 3quanto do T 2para o T 3. Ao que parece, há possibilidadesde obter bons resultados na escrita, num cursoinstrumental, pois <strong>se</strong>m a habilidade da escrita ter sidoenfatizada, os voluntários foram capazes de produzirpequenas orações em inglês. Reitera-<strong>se</strong>, novamente, anecessidade urgente de trabalhar com a língua, tanto amaterna quanto a estrangeira, envolvendo todas as competênciaspertinentes na aprendizagem da língua, mesmonum estágio de ensino superior.Resumo em portuguêsConstat<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> que o de<strong>se</strong>mpenho dos voluntários nessaatividade de resumo em português não foi satisfatóriopraticamente em nenhum dos três testes. O GD apre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong>um de<strong>se</strong>mpenho melhor que o GN, e este nãoapre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong> progresso algum em nenhum dos três testes.Vale lembrar que os alunos estavam paralelamenteassistindo a aulas de Português (4 h/a <strong>se</strong>manais) e nemassim foi registrado progresso na habilidade de fazerresumo de texto.Além da leitura, constata-<strong>se</strong> que a produção do texto,isto é, a escrita, também necessita de atenção especialna língua materna, mesmo porque os estudantes domeio acadêmico devem, em dado momento, produzirtextos conforme certas especificações que sãofreqüentemente rigorosas, conforme lembra Robinson(1991).Nes<strong>se</strong> <strong>se</strong>ntido, Domingos (1999), em <strong>sua</strong> pesquisasobre a análi<strong>se</strong> de resumos de dis<strong>se</strong>rtações e te<strong>se</strong>s, constat<strong>ou</strong>que há necessidade de inclusão direta <strong>ou</strong> indireta,nos programas universitários, de tópicos, disciplinas,minicurso <strong>ou</strong> <strong>se</strong>minários que informem vários tipos dediscurso científico, entre os quais o resumo.Seria de grande utilidade que docentes de todas asdisciplinas passas<strong>se</strong>m a solicitar a apre<strong>se</strong>ntação de resumo<strong>ou</strong> summary em todas as tarefas escritas, especialmentenos relatos de pesquisa. Sabendo fazer resumo<strong>se</strong>m língua materna, o estudante terá menor dificuldadepara resumir em língua estrangeira, pois a dificuldadeestará apenas na aprendizagem da língua.Ainda nes<strong>se</strong> contexto de avaliação, é preciso levarem consideração e medir as atitudes dos alunos em relaçãoao ensino superior (Wilcox, 1999) e em relação aoinglês como língua estrangeira. São aspectos para osquais, já no processo de <strong>se</strong>leção, poderiam <strong>se</strong>r colhidasinformações úteis ao planejamento <strong>educ</strong>acional e quepoderiam gerar <strong>ou</strong>tros estudos como o de Nassri (2000).Resumo em inglêsCom relação à escrita em língua inglesa, os problemassão mais marcantes. Na pre<strong>se</strong>nte pesquisa, nota<strong>se</strong>,pelos resultados estatísticos, a comprovação dessafalha, oriunda, ao que parece, do ensino fundamental edo ensino médio. Os resultados nada satisfatórios sugerema inclusão do ensino da habilidade de escrita nocurso instrumental, uma vez que ela é necessária - principalmentenum curso acadêmico - para trabalhos científico<strong>se</strong>m que a escrita em língua inglesa é solicitada.Essa habilidade em um curso instrumental pode apre<strong>se</strong>ntarbons resultados conforme mostra Augusto (1997),que implement<strong>ou</strong> uma pesquisa com <strong>se</strong>us alunos usand<strong>ou</strong>m enfoque alternativo ao ensino instrumental tradicional,enfoque es<strong>se</strong> que dá ênfa<strong>se</strong> a determinada habilidade– a escrita – <strong>se</strong>m porém, abandonar as demaisque são trabalhadas, entre <strong>ou</strong>tros procedimentos, pormeio da utilização da língua alvo no de<strong>se</strong>nvolvimentodas aulas e da escolha do material didático. Essa propostafoi bem aceita pelos alunos, e os resultados apontampara novas possibilidades nas formas de ensinarlíngua estrangeira em ba<strong>se</strong>s instrumentais. Há necessi-
Inglês instrumental: Eficiência do ensino para ingressantes do curso de psicologia 65dade de novas pesquisas para verificar várias modalidadesde ensino instrumental na busca de soluções paraos problemas existentes nes<strong>se</strong> ensino.Tradução/ Compreensão de textoConforme já foi mencionado, até hoje não <strong>se</strong> tem umconceito definitivamente consolidado do que é tradução.Analisando os conceitos de vários autores sobre tradução(Catford, 1965; Nida, 1975; Newmark, 1981;Guidicini, 1987, entre <strong>ou</strong>tros), verifica-<strong>se</strong> que repre<strong>se</strong>ntam<strong>se</strong>mpre o resumo de uma teorização, condensandopontos importantes a respeito do de<strong>se</strong>nrolar de um processoque dá como resultado o produto, isto é, o textotraduzido.De modo geral, o termo crucial numa tradução é oaspecto da equivalência, é a palavra-chave em qua<strong>se</strong>todas as teorias sobre tradução.Nas atividades de tradução desta pesquisa aconteceuexatamente o que muitos normalmente acham queé fazer uma tradução: simplesmente ir traduzindo palavrapor palavra literalmente. Dessa forma, muitas oraçõesficaram <strong>se</strong>m <strong>se</strong>ntido, isto é, não ocorreu o trabalhode tradução; não <strong>se</strong> busc<strong>ou</strong> a equivalência de <strong>se</strong>ntidodas orações. As associações entre as palavras ficamdifíceis e sujeitas também à influência da língua alvo,afirma Yorio (1971). Outra dificuldade dos sujeitos foiem relação aos grupos nominais (<strong>ou</strong> sintagmas nominais)pois, na língua inglesa, a ordem das palavras dentrodo grupo é diferente do português. Por exemplo: racehor<strong>se</strong> quer dizer cavalo de corrida ao passo que hor<strong>se</strong>race já muda completamente de significado, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja,significa corrida de cavalo e há muitos grupos nominai<strong>se</strong>m qualquer texto em língua inglesa.A classificação das funções das palavras dentro dasorações é <strong>ou</strong>tra dificuldade por parte dos alunosingressantes. <strong>Para</strong> eles, é difícil diferenciar um adjetivode um substantivo dentro das orações em inglês; nessascircunstâncias, há mais por aprender do que recorrer aum dicionário.A vantagem dessa atividade é que, como <strong>se</strong> podeob<strong>se</strong>rvar nas tabelas anteriores, a maioria dos sujeitoscon<strong>se</strong>guiu absorver muitas palavras novas específicasda área de <strong>Psic</strong>ologia, que <strong>se</strong>rão freqüentemente usadasno decorrer do curso quando <strong>se</strong> tratar de textos emlíngua inglesa, (as quais os docentes devem requerer de<strong>se</strong>us alunos como leitura específica). Sugere-<strong>se</strong>, portanto,que a maior parte dos textos <strong>se</strong>lecionados <strong>se</strong>jamespecíficos da área, com dificuldades gradativas. Novamente,<strong>se</strong> reitera a necessidade do trabalho deinterdisciplinaridade em que os docentes do curso estariam<strong>se</strong>lecionando textos específicos de <strong>sua</strong> disciplinaem inglês para que os alunos aprendam e aumentem o<strong>se</strong>u repertório de vocabulário.Comparações intergruposNos três testes, o GD apre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong> melhor de<strong>se</strong>mpenhona atividade de vocabulário como era de <strong>se</strong> esperar,tendo em vista que alunos do curso diurno e es<strong>se</strong>s normalmenteapre<strong>se</strong>ntam melhores condições de estudo alémde uma <strong>escolar</strong>idade anterior mais bem estruturada, <strong>se</strong>mcontar que têm mais tempo para <strong>se</strong> dedicar ao estudo eà pesquisa e também mais experiências com o inglês.Nenhum dos dois grupos parece indicar, pelos resultados,o de<strong>se</strong>jado em termos de aquisição de vocabulário.Se, porventura, o ensino do léxico fos<strong>se</strong> de<strong>se</strong>nvolvidodurante o curso, o leque de vocabulário talvez fos<strong>se</strong>maior. Constata-<strong>se</strong>, portanto, que há várias questõesrelevantes para <strong>se</strong>rem investigadas em estudos posteriores,inclusive a forma pela qual <strong>se</strong> fez a avaliação.Fato interessante ocorreu com o vocabulário específicoem que o GN apre<strong>se</strong>nt<strong>ou</strong> melhor de<strong>se</strong>mpenho queo GD. Isso demonstra que o vocabulário foi mais bemassimilado quando os alunos tinham p<strong>ou</strong>co conhecimentoda língua, isto é, o crescimento fic<strong>ou</strong> mais evidente.Parece que os procedimentos de ensino de vocabulárionão foram suficientemente eficazes. Outros precisam<strong>se</strong>r testados.Na <strong>se</strong>gunda atividade de orações em inglês, nem oGD, nem o GN apre<strong>se</strong>ntaram de<strong>se</strong>mpenho satisfatório,con<strong>se</strong>quentemente as hipóte<strong>se</strong>s nulas não foram rejeitada<strong>se</strong>m nenhum dos três testes. H<strong>ou</strong>ve uma dificuldademuito grande nessa atividade, isto é, nas que envolvemescrita de modo geral. A agravante é que, além deterem dificuldade na escrita, os sujeitos tinham muitop<strong>ou</strong>co conhecimento da língua alvo em termos de estruturada fra<strong>se</strong> e a falta de vocabulário certamente influiuna atividade escrever orações. Além da leitura em inglês,há necessidade de trabalhar, em todas as disciplinas,a escrita. A inclusão direta <strong>ou</strong> indireta nos programas,nas disciplinas, nos minicursos <strong>ou</strong> nos <strong>se</strong>mináriosque dêem informações sobre vários tipos de discurso,entre os quais o resumo, é o que recomenda Domingos(1999) em <strong>sua</strong> te<strong>se</strong>, e aqui <strong>se</strong> reitera.A mudança curricular no curso pesquisado instituiua iniciação científica para todos os alunos, e isso certamenteestimulará o uso do inglês e, pelo menos em par-<strong>Psic</strong>ologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 1 57-68
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