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Livro Psic. escolar e educ - Para associar-se ou renovar sua ...

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78 Miriam Cruvinel e Evely Boruchovitchtes disso, acreditava-<strong>se</strong> que a depressão na criança nãoexistia <strong>ou</strong> então, que esta <strong>se</strong>ria muito rara nessa população.Apesar de dados epidemiológicos evidenciarem queatualmente não há mais dúvida quanto a ocorrência dedepressão na infância (White, 1989; Bandim & cols.,1995; Andriola & Cavalcante, 1999; Baptista & Golfeto,2000; Barbosa & Gaião, 2001; HallaK, 2001), aprevalência dos sintomas depressivos são discutíveis,uma vez que existe uma grande diversidade nas taxasde incidência. Diversidade essa que vem <strong>se</strong>ndo explicadapela variação da população estudada, pelas diferençasna metodologia utilizada e principalmente pela dificuldadede padronização dos tipos de transtornos depressivo<strong>se</strong> a falta de um critério de diagnóstico comum para adepressão (Baptista, Baptista & Dias, 2001).Há muita controvérsia a respeito da depressão nainfância, principalmente quanto aos critérios de diagnóstico.Alguns autores afirmam que a depressão na criançaassume características diferentes da depressão noadulto (Ajuriaguerra, 1976; Lippi, 1985), enquanto <strong>ou</strong>trosconcordam que a depressão na infância <strong>se</strong> manifestade forma bastante <strong>se</strong>melhante às manifestaçõesdo adulto. De acordo com DSM IV (1994), manualfreqüentemente empregado no diagnóstico de transtornosmentais, a depressão infantil é <strong>se</strong>melhante a depressãono adulto, de forma que os mesmos critérios dediagnósticos de depressão no adulto podem <strong>se</strong>r utilizadospara avaliar a depressão na criança. Segundo es<strong>se</strong>manual, os sintomas de depressão são: humor deprimidona maior parte do dia, falta de interes<strong>se</strong> nas atividadesdiárias, alteração de sono e apetite, falta de energia, alteraçãona atividade motora, <strong>se</strong>ntimento de inutilidade,dificuldade para <strong>se</strong> concentrar, pensamentos <strong>ou</strong> tentativasde suicídio.De acordo com DSM IV (1994), para o diagnósticode um episódio depressivo maior é necessário que o indivíduoapre<strong>se</strong>nte pelo menos 5 dos sintomas citados,<strong>se</strong>ndo que um dos sintomas deve <strong>se</strong>r o humor deprimidoem grande parte do dia <strong>ou</strong> falta de interes<strong>se</strong> pela maioriadas atividades e deve ainda ocorrer em um períodode pelo menos 2 <strong>se</strong>manas. No entanto, o DSM IV (1994)faz pequenas ressalvas considerando os níveis de de<strong>se</strong>nvolvimento,a fim de facilitar o diagnóstico de depressãona criança. Mais precisamente, uma criançadeprimida pode apre<strong>se</strong>ntar humor irritável ao invés detristeza; <strong>ou</strong> ainda revelar uma queda no rendimento acadêmicoem função do prejuízo na capacidade para pensare concentrar.Assim como para <strong>se</strong> diagnosticar a depressão nacriança são utilizados os mesmos critérios para adultos,os modelos de depressão infantil também são adaptaçõesde modelos de depressão de adultos (White, 1989;Chabrol, 1990; Miyazaki, 1993; Rhem & Sharp, 1999).Os principais modelos de depressão são: modelo biológico,comportamental, cognitivo e modelo psicanalítico.O modelo biológico estuda a depressão enquantodoença e enfatiza o papel de fatores bioquímicos e genéticosno aparecimento de sintomas. Um trabalho deWeissman (1987), com crianças cujos pais apre<strong>se</strong>ntavamum quadro de depressão é citado por Chabrol (1990).Os dados revelaram que para essas crianças os sintomasdepressivos aparecem mais cedo, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja por voltade 12 anos e 7 me<strong>se</strong>s, enquanto que para aquelas cujospais não apre<strong>se</strong>ntavam depressão, o primeiro episódiodepressivo surgiria mais tarde, por volta de 16 anos eoito me<strong>se</strong>s.O modelo comportamental de depressão enfatiza opapel da aprendizagem e das interações com o ambiente.A depressão, de acordo com es<strong>se</strong> pressuposto, évista como con<strong>se</strong>qüência da diminuição de comportamentosadaptados (contato social, interes<strong>se</strong> pelasatividades e pelas pessoas) e um aumento na freqüênciade comportamentos de esquiva e fuga de estímulos vistoscomo aversivos (tristeza, choro). De acordo comessa teoria, a aquisição de comportamentos depressivosocorreriam mediante a aprendizagem, por meio de mecanismosde condicionamento pavloviano, skinneriano<strong>ou</strong> aprendizagem social (Chabrol, 1990).O modelo Cognitivo atribui grande importância ascognições no aparecimento e manutenção de condutasdisfuncionais. A teoria cognitiva de Beck (1997) revelaque as distorções de pensamento são fatores mediadoresda depressão. O autor afirma que a pessoa deprimidaapre<strong>se</strong>nta uma visão extremamente negativa edeformante de si mesmo, do mundo e do futuro, fenômenoque Beck denomin<strong>ou</strong> de tríade cognitiva. Dentrea abordagem cognitiva, existe também o modelo dedesamparo adquirido (Seligman, 1977), inicialmenteestudado com animais. Seligman (1977) revela que situaçõesnegativas repetidas e incontroláveis pode levar osujeito a apre<strong>se</strong>ntar o desamparo adquirido, <strong>ou</strong> <strong>se</strong>ja, apessoa passa a acreditar que os eventos não podem <strong>se</strong>rcontrolados, instalando no sujeito, alteração de afeto, daauto-estima e da motivação, podendo acarretar em transtornodepressivo.E por último o modelo psicanalítico, que ressalta a

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