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Livro Psic. escolar e educ - Para associar-se ou renovar sua ...

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Aprendizagem por interação e traços de personalidade 71fronto de idéias esperado pelo conflito sócio-cognitivo,pois os sujeitos que cometeram os “erros egocêntricos”não <strong>se</strong> opu<strong>se</strong>ram à colocação correta de <strong>se</strong>u parceiro.O autor concluiu que a interação de pares pode facilitara aquisição de conceitos básicos por causa da complacênciaentre as crianças, e não por causa do “conflitosócio-cognitivo”. Roy e Howe (1990) investigaram o<strong>se</strong>feitos do conflito cognitivo, sócio-cognitivo e imitaçãono de<strong>se</strong>nvolvimento de habilidades dos sujeitos e encontraramque os sujeitos, em condições de conflito,melhoraram no pós-teste em relação ao grupo-controle,não <strong>se</strong> ob<strong>se</strong>rvando vantagens entre o conflito sóciocognitivoe o cognitivo. Por <strong>sua</strong> vez, Cannella (1992)cheg<strong>ou</strong> à conclusão que discordâncias na interação sócio-cognitivapor duplas podem tanto facilitar como inibira aprendizagem.Dentre as pesquisas envolvendo aprendizagem e traçosde personalidade, algumas podem <strong>se</strong>r destacadas.Palkovic (1979) constat<strong>ou</strong> que na aprendizagem experimentalpor reforço verbal as crianças extrovertidas apre<strong>se</strong>ntarammelhores resultados e os piores resultadosc<strong>ou</strong>beram àquelas com alta pontuação em neuroticismo.Francis e Montgomery (1993) encontraram que sujeitoscom baixa pontuação, tanto em psicoticismo quanto emneuroticismo, e alta pontuação em dissimulação social,apre<strong>se</strong>ntaram atitudes mais positivas para com a escolae lições. Os achados de Maqsud (1993), no entanto, indicaramrelações negativas com realização <strong>escolar</strong>.Csorba e Dinya (1994) constataram que as meninas comaprendizagem pobre mostraram níveis mais altos deneuroticismo.Furnham e Medhurst (1995) encontraram relaçõe<strong>se</strong>ntre traços de personalidade e comportamento em <strong>se</strong>minárioacadêmico. Duas <strong>ou</strong>tras pesquisas relacionarampersonalidade com estilo de aprendizagem (Riding& Tempest, 1986; Jackson & Lawty Jones, 1996) eencontraram relação significativa entre de<strong>se</strong>mpenho emsoletração e nível de extroversão. Entre <strong>ou</strong>tros, Wilsone Lynn (1990) ob<strong>se</strong>rvaram que a aquisição de <strong>se</strong>gundoidioma estava relacionada mais fortemente com diferençasde personalidade. Robinson, Gabriel e Katchan(1994) constataram que sujeitos com pontuação alta emneuroticismo e alta em extroversão melhoraram miaisno teste oral de francês, enquanto que os sujeitos compontuação alta em neuroticismo e baixa em extroversãomelhoraram mais no teste escrito.As reflexões sobre essas relações têm despertado ointeres<strong>se</strong> por pesquisas sobre a relação entre as característicasde personalidade e métodos pedagógicos.Vários estudiosos (Gayle, 1981; Ey<strong>se</strong>nck 1992, 1996;Borg & Shapiro, 1996) têm discutido o uso de diferençasindividuais no ensino e concluíram que a personalidadeda criança determina extensamente <strong>sua</strong> reaçãoaos métodos de ensino e até mesmo à situação pedagógica.Crianças extrovertidas parecem beneficiar-<strong>se</strong> demétodos de ensino ba<strong>se</strong>ados na aprendizagem por descoberta,enquanto que as crianças introvertidas beneficiam-<strong>se</strong>da aprendizagem por recepção. Da mesma forma,podem <strong>se</strong>r encontradas inúmeras pesquisas quealertam para os benefícios pedagógicos com utilizaçãoda técnica do conflito cognitivo <strong>ou</strong> sócio-cognitivo(Zucchermaglio & Ajello, 1986, por exemplo).A literatura a respeito de traços de personalidade eaprendizagem não é muito rica e nenhuma das pesquisa<strong>se</strong>ncontradas é pertinente à relação que <strong>se</strong> está buscandoneste estudo. Mas es<strong>se</strong>s estudos chamam a atençãopara a importância de <strong>se</strong> conhecer melhor comoestas duas variáveis <strong>se</strong> comportam. O mesmo acontececom relação à técnica de aprendizagem por conflito sócio-cognitivo.Há controvérsias entre os autores. Algunsnão vêem vantagens em <strong>se</strong> estabelecer o conflitocognitivo em dupla <strong>ou</strong> individualmente.Nes<strong>se</strong> contexto, esta pesquisa, por um lado, pretendeuanalisar os efeitos de da técnica de conflito sóciocognitivona aprendizagem em dupla e, por <strong>ou</strong>tro, verificaros tipos de relações possíveis entre o de<strong>se</strong>mpenhodos sujeitos e traços de personalidade.HIPÓTESEValendo-<strong>se</strong> das definições de cada traço de personalidadeforam levantadas algumas expectativas em relaçõesao rendimento das crianças em situação de aprendizagempor conflito sócio-cognitivo em dupla. Criançascom alta pontuação em E (extroversão), por estaremabertas à interação e <strong>se</strong>ntirem-<strong>se</strong> desafiadas a participarpor causa da novidade da situação, devem sofrer os efeitosdo conflito sócio-cognitivo, apre<strong>se</strong>ntando altos níveisde aprendizagem. Também, crianças com alta pontuaçãoem P (psicoticismo) devem apre<strong>se</strong>ntar dificuldades nainteração com o <strong>ou</strong>tro, mas é possível que tenham bomnível de aprendizagem, dada a possibilidade de não <strong>se</strong>envolverem emocionalmente na situação de conflito ereagirem pensadamente. Nessa mesma direção, criançascom alta pontuação em A (adequação) por estarem<strong>Psic</strong>ologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 1 69-76

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