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Livro Psic. escolar e educ - Para associar-se ou renovar sua ...

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80 Miriam Cruvinel e Evely BoruchovitchNewman, Ney & Y<strong>ou</strong>ng, 1992; Wright-Strawderman &Watson 1992). Salientando, ainda, um trabalho realizadopor Cruvinel (2003) que analis<strong>ou</strong> a incidência de depressãoem 169 alunos do ensino fundamental, de umaescola pública do interior de São Paulo, os resultadosapontaram que es<strong>se</strong>s alunos possuem uma taxa de 3,55%.Depressão infantil e rendimento <strong>escolar</strong>A incidência de problemas emocionais, mais especificamentedepressão, ocorrem com certa freqüência emcrianças de séries <strong>escolar</strong>es iniciais e normalmente estãoassociados a <strong>ou</strong>tras dificuldades de comportamento<strong>ou</strong> acadêmicas. Segundo Fon<strong>se</strong>ca, Rebelo, Ferreira,Sanches, Pires e Gregório (1998) os problemas psicológicosinfantis não devem <strong>se</strong>r considerados como umfenômeno transitório e <strong>se</strong>m gravidade, já que dados sugeremque essas dificuldades podem apre<strong>se</strong>ntar umagrande estabilidade temporal e ainda contribuem paraafetar negativamente o processo de de<strong>se</strong>nvolvimentoda criança como um todo.A relação entre depressão infantil e rendimento <strong>escolar</strong>tem sido investigada por alguns autores (Colbert& cols., 1982; Livingston, 1985; Hall & Haws, 1989;Mokros, Poznanski & Merrick, 1989; Weinberg, Mclean,Snider, Nuckols, Rintelmann, Erwin & Brumback,, 1989;Nunes, 1990; Wright-Strawderman & Watson, 1992;Feshbach & Feshbach, 1997; Pérez e Urquijo, 2001;Sommerhalder & Stela, 2001). No Brasil, apesar damaioria dos estudos acerca des<strong>se</strong> tema <strong>se</strong>rem realizadosno ambiente <strong>escolar</strong>, são p<strong>ou</strong>cos aqueles que relacionama depressão ao rendimento <strong>escolar</strong> do aluno. Osresultados des<strong>se</strong>s estudos sugerem que a depressão nacriança pode prejudicar <strong>se</strong>u rendimento na escola, bemcomo o aproveitamento acadêmico. Crianças com históriade depressão apre<strong>se</strong>ntam um de<strong>se</strong>mpenho acadêmicoabaixo do esperado (Feshbach & Feshbach, 1997).Sommerhalder e Stela (2001) descrevem que, na criançadeprimida, as funções cognitivas como atenção, concentração,memória e raciocínio encontram-<strong>se</strong> alteradas,o que interfere no de<strong>se</strong>mpenho <strong>escolar</strong>, uma vezque na sala de aula, a criança com sintomas de depressãonormalmente mostra-<strong>se</strong> desinteressada pelasatividades, apre<strong>se</strong>nta dificuldade em permanecer atentanas tarefas e es<strong>se</strong> comportamento interfere de formanegativa na aprendizagem dessas crianças.Os estudos demonstram que a incidência de sintomasdepressivos em crianças com dificuldades <strong>escolar</strong>esé considerada alta principalmente quando comparadacom a taxa de prevalência de sintomatologia de depressãona população infantil <strong>se</strong>m dificuldades de aprendizagem(Hall & Haws, 1989; Wright-Strawderman &Watson 1992; Colbert & cols., 1982).Wright-Strawderman e Watson (1992) avaliaram 53crianças de 3 ª , 4 ª e 5 ª série, de 8 a 11 anos, com o objetivode conhecer a incidência de sintomatologia depressivaem sujeitos com dificuldade de aprendizagem. Os resultadosindicaram que 35,85% dessas crianças apre<strong>se</strong>ntavamsintomatologia depressiva, não apre<strong>se</strong>ntando diferençasignificativa quanto ao <strong>se</strong>xo. Um <strong>ou</strong>tro estudo(Hall & Haws, 1989) procur<strong>ou</strong> identificar o nível dedepressão em uma amostra de 100 alunos de 4 ª , 5 ª e 6 ªsérie, divididos em dois grupos: 50 alunos com dificuldadede aprendizagem e 50 alunos <strong>se</strong>m dificuldade deaprendizagem. As crianças com dificuldades de aprendizagemapre<strong>se</strong>ntavam escores significativamente maisaltos de depressão.Weinberg e cols. (1989) também investigaram a relaçãoentre problemas <strong>escolar</strong>es e depressão. Encontraramalta incidência (35 %) de depressão em criança<strong>se</strong>ntre 6 e 15 anos com dificuldade de aprendizagem.Colbert e cols. (1982) avali<strong>ou</strong> 282 crianças de 6 a 14anos e 54 % dos sujeitos apre<strong>se</strong>ntavam depressão, <strong>se</strong>gundoos critérios do DSM III. As crianças com depressãoapre<strong>se</strong>ntavam um baixo rendimento <strong>escolar</strong>,embora eram crianças capazes intelectualmente e <strong>se</strong>mdificuldades específicas de aprendizagem. Os autoresconcluem que a dificuldade de aprendizagem des<strong>se</strong>ssujeitos pode <strong>se</strong>r resultante da falta de energia e dificuldadede concentração, sintomas característicos do quadrodepressivo.A partir da constatação de que sintomas depressivospodem estar associados ao baixo rendimento <strong>escolar</strong> efracasso acadêmico, alguns autores têm sugerido a relaçãoentre depressão e baixo nível de inteligência(Brumback, Jackoway & Weinberg, 1980). Essa hipóte<strong>se</strong>ainda tem sido bastante controvertida. Em algun<strong>se</strong>studos que objetivaram verificar nível intelectual dedeprimidos e não deprimidos, não foram encontradasdiferenças significativas quanto ao de<strong>se</strong>mpenho nossubtestes de inteligência - WISC (Brumback & cols.,1980; Mokros & cols., 1989). Diante des<strong>se</strong> resultado,concluiu-<strong>se</strong> que a falta de diferença no de<strong>se</strong>mpenho noteste de inteligência entre grupo de deprimidos e grupode não deprimidos sugere que o baixo rendimento <strong>escolar</strong>pode <strong>se</strong>r resultado da depressão em si e não de umdéficit intelectual. Nes<strong>se</strong> caso, os problemas <strong>escolar</strong>e<strong>se</strong>stariam atuando como uma possível expressão da de-

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