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Livro Psic. escolar e educ - Para associar-se ou renovar sua ...

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Depressão infantil: Uma contribuição para a prática <strong>educ</strong>acional 83dificuldade de aprendizagem. A hipóte<strong>se</strong> de que criançascom dificuldade de aprendizagem <strong>se</strong>riam fortes candidatasa depressão é fortemente defendida por Seligman e cols.(apud Hall & Haws, 1989). Uma criança com uma limitaçãocognitiva dificilmente alcança um nível de de<strong>se</strong>mpenhoesperado, não <strong>se</strong>ndo reconhecida e elogiada peloscolegas e professores, ao passo que <strong>se</strong>us amigos recebemreconhecimento e elogios pelo de<strong>se</strong>mpenho alcançado(Hall & Haws, 1989). Na verdade, a criança comdificuldades na escola percebe <strong>sua</strong> dificuldade, pois nãocon<strong>se</strong>gue atingir as <strong>sua</strong>s expectativas e nem as expectativasdos <strong>ou</strong>tros, gerando <strong>se</strong>ntimentos negativos de frustração,inferioridade e incapacidade.Por <strong>ou</strong>tro lado existem autores que acreditam que adepressão pode induzir <strong>ou</strong> piorar uma dificuldade deaprendizagem (Colbert & cols., 1982; Livingston, 1985;Mokros & cols., 1989). Livingston (1985) coloca queessa afirmação poderia <strong>se</strong>r sustentada mediante a confirmaçãode duas hipóte<strong>se</strong>s: a primeira é que existe umarelação temporal entre o início da depressão na criança<strong>se</strong>guido de uma piora <strong>ou</strong> declínio do <strong>se</strong>u rendimento <strong>escolar</strong>.E a <strong>se</strong>gunda, estaria relacionada ao sucesso notratamento da depressão acompanhado pela melhora node<strong>se</strong>mpenho <strong>escolar</strong>. Nes<strong>se</strong> caso, a dificuldade de aprendizagem<strong>se</strong>ria decorrente da falta de interes<strong>se</strong> e energiada criança, falta de atenção e concentração (Colbert &cols., 1982). A dificuldade de aprendizagem consistiriaem uma manifestação da depressão em si, em funçãoda não participação do aluno nas atividades <strong>escolar</strong>es etambém pelos <strong>se</strong>ntimentos negativos de auto-depreciação(Brumback & cols., 1980).Tal discussão <strong>se</strong> revela extremamente relevante poisa relação causal entre es<strong>se</strong>s dois fenômenos conduz aimplicações políticas e <strong>educ</strong>acionais distintas. Apesarde ainda <strong>se</strong> fazer necessário inúmeras pesquisas afimde clarificar essa questão, alguns pontos já são evidentes.Livingston (1985) reforça que os <strong>educ</strong>adoresprecisam estar informados a respeito da depressão infantile que os professores precisam ficar atentos aalguns sinais apre<strong>se</strong>ntados pela criança e sugere aindao de<strong>se</strong>nvolvimento de mais pesquisas na área.Quanto a população brasileira ainda existem muitaslacunas e dúvidas. Diante des<strong>se</strong> quadro, faz-<strong>se</strong> necessáriocada vez mais pesquisas que aumentem o conhecimentoacerca da incidência da depressão infantil no Brasil eprincipalmente que dados provenientes de estudos maissistemáticos <strong>se</strong>jam traduzidos em informações úteis a <strong>se</strong>remcompartilhadas com <strong>educ</strong>adores, pois somente assim estesterão as ferramentas necessárias para melhor compreendera depressão e <strong>sua</strong>s relações com a aprendizagem. Alémdisso, acredita-<strong>se</strong> que o fato de <strong>se</strong> conhecer melhor adepressão infantil e <strong>sua</strong>s características, possibilita oencaminhamento precoce, bem como uma atuaçãopreventiva por parte daqueles envolvidos com a criança.REFERÊNCIASAjuriaguerra, J. (1976). Manual de Psiquiatria Infantil. Riode Janeiro: Masson do Brasil.Amaral, V. L. A R., & Barbosa, M. K. (1990). Crianças vítimasde queimaduras: um estudo sobre a depressão. 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