66 Neusa Haruka Sezaki Grittite, corrigirá algumas das distorções aqui registradas.Caberá aos orientadores a maior parte dessa responsabilidade.Em sínte<strong>se</strong>, a falta <strong>ou</strong> a correção das limitações dode<strong>se</strong>mpenho aqui verificado pode encaixar-<strong>se</strong> em umadas possíveis hipóte<strong>se</strong>s levantadas por Dally III, Witt,Martens e Dool (1997) que destacam que a falta demotivação, atividade insuficiente para responder à tarefa,e p<strong>ou</strong>ca precisão nas habilidades alvo encontradasno aluno.No primeiro caso, é necessário fornecer incentivospara a aprendizagem da língua alvo, quer na sala deaula quer fora dela, isto é, estimular os alunos a estaremem contato com qualquer material em língua inglesa (livros,revistas, internet, jornais, programas e filmes natelevisão entre <strong>ou</strong>tros).A <strong>se</strong>gunda possibilidade pode ocorrer especialmenteentre os alunos do noturno, os quais, em função dotrabalho, podem estar insuficientemente ativos para cumpriratividades acadêmicas <strong>ou</strong> extra-acadêmicas. Nes<strong>se</strong>scasos, Dally III e cols. (1997) recomendam que ospsicólogos <strong>escolar</strong>es e docentes de<strong>se</strong>nvolvam estratégiasque permitam estimular o ritmo de respostas egradativamente aumentar os critérios de exigência. <strong>Para</strong>a realidade brasileira, é necessário pesquisar a viabilidadedessas estratégias. Isto implicaria ter psicólogos<strong>escolar</strong>es atuando nos cursos superiores no papel deas<strong>se</strong>ssoria aos professores.No caso da falta de precisão das habilidades alvo, asinúmeras estratégias propostas por vários autores e citadasno pre<strong>se</strong>nte trabalho são recomendadas. Entretanto,vale reiterar a necessidade de pesquisar as estratégiasna realidade brasileira.CONCLUSÕESAo longo da apre<strong>se</strong>ntação dos dados da pesquisa eda discussão dos mesmos, um aspecto fic<strong>ou</strong> muito evidente:a necessidade de reformular o curso de línguainglesa instrumental, no <strong>se</strong>ntido de estar incluindo <strong>ou</strong>trashabilidades como a escrita e a de um programapara aquisição de vocabulário. Mesmo não trazendonenhum conhecimento de inglês no início do curso, aotérmino, pôde-<strong>se</strong> constatar, pelo Pós-Teste, que os sujeitosadquiriram o mínimo do léxico. Não <strong>se</strong> tem evidência,porém, de que atingiram o número ideal referidona literatura. Pelos resultados obtidos, no entanto, ossujeitos estão prontos para dar continuidade aos <strong>se</strong>u<strong>se</strong>studos em LE completamente independentes na habilidadede leitura.O que <strong>se</strong> pôde constatar, no entanto, é que há falhasmesmo na língua materna. Isso demonstra que osingressantes na universidade têm dificuldades de escritamesmo na língua materna e, con<strong>se</strong>quentemente, naLE. Compete à universidade suprir essas falhas parapoder dar continuidade aos estudos acadêmicos de maneiraeficaz.Pelos resultados da pre<strong>se</strong>nte pesquisa, no entanto,verific<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> que há possibilidades de <strong>se</strong> obter em bonsresultados na escrita, pelo menos num curso instrumental,pois os sujeitos puderam produzir pequenas oraçõe<strong>se</strong>m inglês no final do curso, embora essa habilidade nãotives<strong>se</strong> sido trabalhada com afinco.De qualquer forma, há necessidade de implementarum curso de escrita, principalmente no que diz respeitoà confecção de resumos em LE, no curso de <strong>Psic</strong>ologia,nessa instituição, pois os estudantes estão <strong>se</strong>ndo encaminhadospara o mundo científico. Essa é, pelo menos,a proposta do novo currículo. Há, na universidade, umlaboratório de discurso científico em que devem <strong>se</strong>r de<strong>se</strong>nvolvidas,inclusive, atividades de tradução. A práticade resumos <strong>se</strong>ria uma das sugestões. Es<strong>se</strong> laboratório(LDC), em fa<strong>se</strong> inicial de implantação prevê es<strong>se</strong> tipode atividade.A prática de tradução também é importante, pois,como é de conhecimento, traduzir não <strong>se</strong> resumeem apenas verter literalmente as palavras da línguafonte para a língua meta. Questões lingüísticas, culturais,entre <strong>ou</strong>tras, interferem muito na traduçãode textos.Se h<strong>ou</strong>ver um trabalho interdisciplinar que envolvao corpo docente e discente na busca de melhoriade ensino e supra as lacunas existentes, principalmentenas habilidades que envolvem leitura e escrita, ocurso caminhará com a certeza de estar formandoprofissionais competentes e capacitados e a par daprodução científica nacional e da internacional.Retomando os objetivos propostos nesta pesquisa,pode-<strong>se</strong> concluir o que <strong>se</strong> <strong>se</strong>gue. O curso do inglêsinstrumental na instituição é válido em termosde estratégias utilizadas para compreensão de textos,alguns pontos gramaticais es<strong>se</strong>nciais para leituraem língua inglesa e o ensino do uso do dicionário,porém os objetivos propostos não foram totalmenteatingidos, possivelmente, porque os sujeitos não apre-
Inglês instrumental: Eficiência do ensino para ingressantes do curso de psicologia 67<strong>se</strong>ntavam os pré-requisitos para acompanhar es<strong>se</strong>curso instrumental.Verific<strong>ou</strong>-<strong>se</strong> que o léxico dos sujeitos em línguainglesa era muito escasso e, durante o curso eles absorverammuito p<strong>ou</strong>co, pois o foco principal não estavavoltado para aquisição de vocabulário. O que <strong>se</strong>verific<strong>ou</strong> é que nas palavras desconhecidas buscava<strong>se</strong>significado por meio do contexto, das palavrascircunvizinhas e até mesmo por meio de conhecimentode mundo, porém isso também não caracterizava absolutaaprendizagem do vocabulário.Embora o curso instrumental tenha como objetivopreencher as lacunas dos cursos anteriores, os alunosnão trazem o vocabulário mínimo exigido. Portanto,antes de iniciar um curso instrumental, é precisobuscar es<strong>se</strong> mínimo para <strong>se</strong>u início propriamentedito.Os sujeitos não apre<strong>se</strong>ntaram nenhuma habilidadeem escrita, que também não fazia parte dosobjetivos do curso. O curso de leitura, portanto, nãoforneceu condições para que os sujeitos adquiris<strong>se</strong>mhabilidade na escrita, porém, como há correlação entrees<strong>se</strong>s dois comportamentos, é de esperar algumageneralização.A maior parte dos sujeitos era oriunda de escolaspúblicas, principalmente os do noturno; a minoria, deescolas particulares. Traziam p<strong>ou</strong>co conhecimentoprévio (conhecimento de mundo, lingüístico e textual)ao iniciar a universidade e, con<strong>se</strong>quentemente,muito p<strong>ou</strong>co vocabulário em língua inglesa e p<strong>ou</strong>cahabilidade em leitura e escrita. O melhor de<strong>se</strong>mpenho,em qua<strong>se</strong> todas as atividades, foi do grupo dodiurno. Na atividade de vocabulário específico, porém,o grupo noturno super<strong>ou</strong> o diurno, concluindo<strong>se</strong>,portanto, que h<strong>ou</strong>ve maior probabilidade de aquisiçãode vocabulário num grupo que tem menos conhecimentoda língua.O que <strong>se</strong> ob<strong>se</strong>rva, de modo geral, é a necessidadede melhorar o ensino de língua estrangeira. Essanecessidade já tinha sido enunciada por Carroll(1967) há muito tempo nos Estados Unidos, porémisso ainda persiste nos dias de hoje aqui no Brasil.O autor, relatando as necessidades, lança questõescomo: a quem a língua estrangeira deveria <strong>se</strong>r ensinada?;em que série <strong>ou</strong> idade?; qual a duração docurso?; quais objetivos e métodos deveriam <strong>se</strong>rpriorizados? Essas questões continuam atuais atéhoje. Embora a literatura dê algumas respostas paraalgumas, há necessidade de verificar <strong>sua</strong> adequaçãoà situação nacional.Uma programação para um curso instrumental,como sugestão, poderia <strong>se</strong>r a <strong>se</strong>guinte:1. No início do curso, para melhorar o vocabuláriodos discentes, um trabalho interdisciplinar <strong>se</strong>ria proposto,no qual todos os docentes do curso tomariamas mesmas posições no <strong>se</strong>ntido de os estudantes estaremadquirindo vocabulário tanto geral quanto específico.Todos os professores do curso buscariamtextos em língua inglesa. <strong>Para</strong> auxiliar os professores,o professor de inglês estaria subsidiando as dificuldadesprovenientes dos textos <strong>se</strong>lecionados pelosdocentes. Es<strong>se</strong> trabalho teria continuidade em todasas séries do curso, atuando o docente de inglês comoas<strong>se</strong>ssor <strong>ou</strong> operando no laboratório de discurso científico.2. O curso propriamente dito <strong>se</strong>ria iniciado após aaquisição de um vocabulário mínimo, geral e específico.Nessa etapa, o docente do curso trabalharia, namaior parte das vezes, com textos voltados à área de<strong>Psic</strong>ologia, porém p<strong>ou</strong>co complexos. A metodologiae os tópicos <strong>se</strong>riam os mesmos já citados no procedimento– curso de inglês instrumental – deste pre<strong>se</strong>ntetrabalho.3. No decorrer do curso, a habilidade de escritatambém deve <strong>se</strong>r trabalhada. Inicialmente, na línguamaterna e, posteriormente, na língua inglesa. Um textoem português <strong>se</strong>rá apre<strong>se</strong>ntado ao aluno, e ele redigirá<strong>se</strong>ntenças em torno do assunto tratado, resumiráparágrafos e, posteriormente sintetizará o texto todo.Em língua inglesa, o mesmo procedimento <strong>se</strong>ria <strong>se</strong>guido.É imprescindível, portanto, a integração do<strong>se</strong>sforços dos docentes de Inglês, de Português e dasdemais disciplinas.Outras competências como a leitura e escrita,principalmente, devem <strong>se</strong>r intensamente trabalhadaspor todos os professores do curso. Todas assugestões e mudanças relacionadas neste trabalhoem torno da formação acadêmica do indivíduodevem <strong>se</strong>r introduzidas e pesquisadas posteriormenteem busca de um ensino mais eficaz. Nisso<strong>se</strong> considera <strong>se</strong>ndo o mais importante a interdisciplinaridadeque deve haver entre as disciplinasdo curso na busca não apenas da aprendizagemda língua estrangeira mas também da línguamaterna para que os estudantes possam ler e escrevercorretamente.<strong>Psic</strong>ologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 1 57-68
- Page 1 and 2:
ISSN 1413-8557Revista Semestral da
- Page 3 and 4:
Psicologia Escolare EducacionalISSN
- Page 5 and 6:
SUMMARYISSN 1413-85577 EditorialPap
- Page 7 and 8:
EDITORIALAs perspectivas da psicolo
- Page 9:
Artigos
- Page 12 and 13:
12iniciando pela teoria do Ensino p
- Page 14 and 15:
14Clara Vasconcelos, João Félix P
- Page 16 and 17: 16refletem a idéia de que a aprend
- Page 18 and 19: 18REFERÊNCIASAlmeida, L. S. (1996)
- Page 21 and 22: Psicologia Escolar e Educacional, 2
- Page 23 and 24: Determinantes psicolingüísticos d
- Page 25 and 26: Determinantes psicolingüísticos d
- Page 27 and 28: Determinantes psicolingüísticos d
- Page 29 and 30: Determinantes psicolingüísticos d
- Page 31: Determinantes psicolingüísticos d
- Page 34 and 35: 34 Geraldina Porto Wittercolonial.
- Page 36 and 37: 36 Geraldina Porto WitterComo lembr
- Page 38 and 39: 38 Geraldina Porto Witterde remedia
- Page 40 and 41: são é pelo menos apressada, em ce
- Page 42 and 43: 42 Geraldina Porto Witter13.808 pro
- Page 44 and 45: 44 Geraldina Porto WitterÉ uma pro
- Page 46 and 47: 46 Geraldina Porto WitterSaigh, P.
- Page 48 and 49: 48 Ana Paula Porto Noronha, Flávia
- Page 50 and 51: 50 Ana Paula Porto Noronha, Flávia
- Page 52 and 53: 52 Ana Paula Porto Noronha, Flávia
- Page 54 and 55: 54 Ana Paula Porto Noronha, Flávia
- Page 56 and 57: 56 Ana Paula Porto Noronha, Flávia
- Page 58 and 59: 58 Neusa Haruka Sezaki Grittide lí
- Page 60 and 61: 60 Neusa Haruka Sezaki GrittiT 2e T
- Page 62 and 63: 62 Neusa Haruka Sezaki GrittiO tota
- Page 64 and 65: 64 Neusa Haruka Sezaki Gritticonsid
- Page 68 and 69: 68 Neusa Haruka Sezaki GrittiREFER
- Page 70 and 71: 70 Lílian Pacheco e Fermino Fernan
- Page 72 and 73: 72 Lílian Pacheco e Fermino Fernan
- Page 74 and 75: 74 Lílian Pacheco e Fermino Fernan
- Page 76 and 77: 76 Lílian Pacheco e Fermino Fernan
- Page 78 and 79: 78 Miriam Cruvinel e Evely Boruchov
- Page 80 and 81: 80 Miriam Cruvinel e Evely Boruchov
- Page 82 and 83: 82 Miriam Cruvinel e Evely Boruchov
- Page 84 and 85: 84 Miriam Cruvinel e Evely Boruchov
- Page 86 and 87: 86 Patrícia Fernanda Carmem Kebach
- Page 88 and 89: 88 Patrícia Fernanda Carmem Kebach
- Page 90 and 91: 90 Patrícia Fernanda Carmem Kebach
- Page 92 and 93: 92 Patrícia Fernanda Carmem Kebach
- Page 94 and 95: 94 Patrícia Fernanda Carmem Kebach
- Page 96 and 97: 96 Patrícia Fernanda Carmem Kebach
- Page 98 and 99: 98primeira parte, a autora apresent
- Page 100 and 101: 100 HistóriaPsicologia Escolar, ex
- Page 103 and 104: Sugestões PráticasSEXUALIDADE E E
- Page 105 and 106: InformativoNOTÍCIAS BIBLIOGRÁFICA
- Page 107 and 108: Informativo 107I CONGRESSO NACIONAL
- Page 109 and 110: Informativo 1091.2. Sugestão de t
- Page 111 and 112: Informativo 111Tipos Comuns de Cita
- Page 113 and 114: Informativo 113No texto, citar o an
- Page 115: FORMULÁRIO PARA PAGAMENTO DA ANUID