ANISTIA INTERNACIONAL
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decisão do governo nos tribunais, mas as<br />
autoridades rapidamente congelaram seus<br />
bens em novembro.<br />
Em 17 de setembro, um tribunal no Cairo<br />
manteve o congelamento de bens de cinco<br />
advogados e três organizações — o Instituto<br />
do Cairo para Estudos sobre Direitos<br />
Humanos, o Centro Jurídico Hisham<br />
Mubarak e o Centro Egípcio para o Direito à<br />
Educação — ordenado por juízes que<br />
investigavam suas atividades e sua captação<br />
de fundos.<br />
As forças de segurança usaram gás<br />
lacrimogêneo para dispersar protestos<br />
pacíficos no Cairo em 15 e 25 de abril, e<br />
prenderam 1.300 pessoas sob a acusação de<br />
violar a Lei de Protestos (Lei 107 de 2013) e<br />
a Lei sobre Reuniões (Lei 10 de 1914). Em 8<br />
de junho, o governo anunciou que planejava<br />
fazer uma emenda à Lei de Protestos, porém<br />
até o final do ano não havia enviado nenhum<br />
projeto ao Parlamento.<br />
Em 3 de dezembro, a Suprema Corte<br />
Constitucional decidiu que um artigo da Lei<br />
de Protestos era inconstitucional. O artigo<br />
dava ao Ministério do Interior poderes para<br />
proibir protestos de forma arbitrária.<br />
USO EXCESSIVO DE FORÇA<br />
Policiais continuaram a usar força excessiva<br />
letal após desentendimentos verbais,<br />
atirando e matando pelo menos onze<br />
pessoas, e ferindo mais de quarenta. Os<br />
tribunais prenderam dois policiais<br />
condenados a 25 anos de prisão em casos<br />
diferentes de tiroteios fatais que levaram a<br />
protestos da vizinhança.<br />
O Ministério do Interior anunciou<br />
repetidamente que as forças de segurança<br />
atiraram e mataram suspeitos durante<br />
invasões a residências, incluindo membros<br />
da Irmandade Muçulmana e supostos<br />
membros de grupos armados. Nenhum<br />
policial foi formalmente investigado, o que<br />
aumentou a preocupação com o fato de as<br />
forças de segurança utilizarem força<br />
excessiva ou, em alguns casos, realizarem<br />
execuções extrajudiciais.<br />
PRISÕES E DETENÇÕES ARBITRÁRIAS<br />
Críticos e oponentes do governo continuaram<br />
a enfrentar prisões e detenções arbitrárias,<br />
com acusações que incluíam incitação a<br />
protestos, “terrorismo” e pertencer a grupos<br />
banidos, como a Irmandade Muçulmana ou<br />
o Movimento Jovem 6 de Abril. As<br />
autoridades também detiveram de forma<br />
arbitrária diversos defensores dos direitos<br />
humanos.<br />
As forças de segurança prenderam cerca<br />
de 1.300 pessoas em todo o Egito, entre<br />
meados de abril e o começo de maio, em<br />
tentativas de reprimir os protestos, de acordo<br />
com estimativas de uma coalizão de<br />
advogados egípcios especializados em<br />
direitos humanos. A maioria foi libertada,<br />
mas alguns foram julgados (veja abaixo,<br />
"Julgamentos injustos").<br />
Mais de 1.400 pessoas ficaram presas<br />
além do limite legal de dois anos para<br />
detenção antes do julgamento, sem serem<br />
levadas a julgamento.<br />
Mahmoud Mohamed Ahmed Hussein foi<br />
liberado mediante pagamento de fiança em<br />
25 de março por uma ordem judicial após<br />
ficar preso por mais de dois anos, sem ser<br />
julgado, por usar uma camiseta com a frase<br />
"Nação sem Tortura" e um lenço com o<br />
logotipo da "Revolução de 25 de janeiro".<br />
Malek Adly, diretor do Centro Egípcio para<br />
Direitos Econômicos e Sociais, foi preso pelas<br />
forças de segurança em 5 de maio, acusado<br />
de espalhar “boatos" e tentar destituir o<br />
governo. Ele ajudou a abrir um processo<br />
desafiando a decisão do governo de ceder as<br />
ilhas de Tiran e Sanafir para a Arábia Saudita.<br />
Um tribunal ordenou sua liberação em 28 de<br />
agosto.<br />
As forças de segurança prenderam o<br />
presidente da Comissão Egípcia para Direitos<br />
e Liberdades, Ahmed Abdallah, em 25 de<br />
abril, e o diretor de minorias do grupo, Mina<br />
Thabet, em 19 de maio. A organização<br />
documentou desaparecimentos forçados no<br />
Egito. Os dois homens permaneceram presos<br />
sem acusação formal, e foram libertados<br />
mediante pagamento de fiança em 18 de<br />
junho e 10 de setembro, respectivamente.<br />
110 Anistia Internacional Informe 2016/17