ANISTIA INTERNACIONAL
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Durante a Conferência de Líderes sobre<br />
Refugiados, realizada em Nova Iorque (EUA),<br />
em setembro, a Argentina prometeu receber<br />
3.000 refugiados sírios, com prioridade para<br />
famílias com crianças. No final do ano, ainda<br />
não haviam sido definidos os detalhes do<br />
programa de reassentamento.<br />
IMPUNIDADE<br />
Foram realizados julgamentos públicos de<br />
crimes contra a humanidade ocorridos no<br />
período do regime militar, de 1976 a 1983.<br />
Entre 2006 e dezembro de 2016, foram<br />
expedidos 173 vereditos, totalizando um<br />
número de 733 condenados.<br />
Em maio, foi pronunciada uma sentença<br />
histórica no caso da Operação Condor, um<br />
plano coordenado de inteligência lançado<br />
nos anos 1970 pelos regimes militares que<br />
governavam a Argentina, o Brasil, a Bolívia, o<br />
Chile, o Paraguai e o Uruguai. Reynaldo<br />
Bignone, o último presidente da Argentina<br />
daquele período, foi condenado a 20 anos de<br />
prisão. Outros 14 chefes militares foram<br />
sentenciado.. Em agosto, a sentença do<br />
julgamento histórico conhecido como “La<br />
Perla” – que incluiu centros clandestinos na<br />
província de Córdoba – foi finalizada,<br />
condenando 28 criminosos à prisão<br />
perpétua. Foram pronunciadas nove<br />
sentenças, entre dois e 14 anos de prisão e<br />
seis absolvições.<br />
Até dezembro, a Comissão Bicameral para<br />
identificar interesses econômicos e<br />
financeiros que conspiraram com a ditadura<br />
militar, criada pela lei 27.217 em 2015,<br />
ainda não havia sido estabelecida.<br />
A audiência pública continuou a encobrir<br />
a investigação do ataque de 1994 sobre o<br />
prédio da Associação Mutual Israelita<br />
Argentina (AMIA), em que foram mortas 85<br />
pessoas. Dentre os acusados estavam o expresidente<br />
Carlos Menem, um ex-juiz e<br />
outros antigos funcionários. O principal caso<br />
relacionado ao ataque está paralisado desde<br />
2006. Em agosto, a Unidade de Investigação<br />
da Promotoria da AMIA identificou Augusto<br />
Daniel Jesús como a última vítima que ainda<br />
precisava ser identificada.<br />
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE<br />
MANIFESTAÇÃO<br />
As denúncias de uso desnecessário e<br />
excessivo da força pelas forças de segurança<br />
no contexto de protestos continuaram.<br />
Em 16 de janeiro, a líder social Milagro<br />
Sala foi presa e acusada durante um protesto<br />
pacífico em Jujuy, em dois de dezembro de<br />
2015. Apesar de, nesse caso, ela ter sido<br />
libertada, foram iniciados outros processos<br />
penais contra ela a fim de mantê-la sob<br />
detenção. Em outubro, o Grupo de Trabalho<br />
da ONU contra Detenções Arbitrárias<br />
concluiu que sua detenção foi arbitrária e<br />
solicitou sua libertação imediata.<br />
Em 17 de fevereiro, o Ministério de<br />
Segurança Nacional publicou o Protocolo de<br />
Conduta das Forças de Segurança do Estado<br />
Durante Protestos Públicos, que declara que<br />
as forças devem reprimir e o sistema de<br />
justiça deve processar criminalmente as<br />
pessoas que exercerem seus direitos de<br />
manifestação pacífica.<br />
Em 31 de março, o Ministério Público de<br />
Buenos Aires expediu o parecer FG N<br />
25/2016, que gera riscos sérios de restrições<br />
indevidas ao direito de manifestação pacífica.<br />
DEFENSORES E DEFENSORAS DOS<br />
DIREITOS HUMANOS<br />
O defensor dos direitos humanos Rubén Ortiz<br />
foi ameaçado e intimidado por seu apoio aos<br />
direitos das comunidades agrícolas<br />
(campesinos) na província de Misiones. No<br />
final do ano, havia um processo de<br />
investigação em curso.<br />
TORTURA E OUTROS MAUS-TRATOS<br />
Até o fim do ano, o Comitê Nacional para a<br />
Prevenção da Tortura não havia sido<br />
estabelecido, apesar da normativa do<br />
governo do Sistema Nacional para a<br />
Prevenção da Tortura, que compreende<br />
legisladores, autoridades do governo e<br />
representantes de organizações da sociedade<br />
civil. Os deveres do Comitê incluem visitas a<br />
centros de detenção, prevenção de<br />
superpopulação prisional e a regulamentação<br />
das transferências.<br />
80 Anistia Internacional Informe 2016/17