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ANISTIA INTERNACIONAL

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“indecência”, além de sofrerem perseguição<br />

graças a leis que criminalizam relações<br />

sexuais consensuais entre pessoas do<br />

mesmo sexo no Bahrein, Egito, Irã, Marrocos<br />

e Tunísia.<br />

IMPUNIDADE<br />

Uma forte blindagem de impunidade<br />

prevaleceu, protegendo participantes dos<br />

conflitos armados que cometeram crimes de<br />

guerra, outras violações sérias do direito<br />

humanitário internacional e abusos graves<br />

contra os direitos humanos. Em outros<br />

lugares, autoridades estatais cometeram<br />

assassinatos ilegais, tortura e outras violações<br />

dos direitos humanos sem serem<br />

responsabilizadas.<br />

Em alguns casos, a impunidade para<br />

crimes cometidos décadas atrás<br />

permaneceu. Na Argélia, as autoridades<br />

continuaram a proteger forças estatais<br />

responsáveis por crimes graves na década de<br />

1990, criminalizando os pedidos de justiça,<br />

virando a lei do avesso. No Marrocos, dez<br />

anos depois do marco que foi a Comissão de<br />

Verdade e Igualdade ter denunciado<br />

violações graves, a polícia estatal ainda<br />

protegia, com empenho, os responsáveis da<br />

justiça. O governo de Israel concordou em<br />

indenizar as famílias de cidadãos turcos<br />

mortos por soldados israelenses em 2010,<br />

mas não garantiu a prestação de contas<br />

pelos extensos crimes de guerra e outras<br />

violações graves do direito internacional<br />

cometidos pela forças israelenses durante os<br />

conflitos armados recentes em Gaza e no<br />

Líbano, nem pelos assassinatos ilegais,<br />

tortura e outras violações que os soldados e<br />

agentes de segurança israelenses<br />

continuaram a cometer contra os palestinos<br />

na Cisjordânia e em Gaza. O governo da<br />

Palestina ratificou as emendas ao Estatuto de<br />

Roma, cedendo ao Tribunal Penal<br />

Internacional a competência para julgar<br />

“crimes de agressão”. Nem o governo<br />

palestino e nem a administração de facto do<br />

Hamas em Gaza tomaram medidas para<br />

garantir a responsabilização por crimes<br />

cometidos por grupos armados da Palestina<br />

em conflitos anteriores, incluindo ataques<br />

indiscriminados com morteiros e foguetes<br />

contra Israel e os assassinatos sumários de<br />

supostos “colaboradores”.<br />

No Egito, forças de segurança<br />

continuaram a cometer violações graves com<br />

impunidade, perseguindo supostos<br />

apoiadores da organização proibida<br />

Irmandade Muçulmana, bem como outros<br />

críticos e oponentes do governo para que<br />

fossem detidos de forma arbitrária,<br />

submetidos ao desaparecimento forçado e<br />

torturados. Uma emenda à Lei de Autoridade<br />

Policial proibiu as forças de segurança de<br />

“maltratar cidadãos”. Porém, as autoridades<br />

não adotaram nenhuma medida séria para<br />

responsabilizar os membros das forças de<br />

segurança pelos assassinatos ilegais e outras<br />

violações cometidas nos anos de tumulto<br />

desde a revolta popular em 2011.<br />

No Bahrein, a condenação internacional<br />

causada pela resposta totalmente abusiva<br />

das autoridades, em 2011, aos protestos<br />

populares levou o governo a criar, e espalhar<br />

aos quatro ventos, mecanismos oficiais com<br />

autoridade para investigar supostas violações<br />

de direitos humanos por forças de segurança<br />

e garantir a responsabilização. Esses<br />

mecanismos continuaram em funcionamento<br />

em 2016, embora não tivessem eficácia e<br />

adequação suficientes. Um pequeno número<br />

de membros do baixo escalão das forças de<br />

segurança foi processado em decorrência<br />

das investigações. No entanto, até o fim do<br />

ano, nenhum oficial de alta patente ou<br />

funcionário do alto escalão responsável por<br />

tortura, assassinatos ilegais e outros usos<br />

excessivos da força em 2011 teve que<br />

prestar contas desses atos.<br />

A Tunísia se destacou como o único país<br />

da região a realizar um processo sério de<br />

transição da justiça, com a Comissão de<br />

Dignidade e Verdade, informando ter<br />

recebido dezenas de milhares de denúncias<br />

sobre violações de direitos humanos<br />

cometidas entre 1955 e o fim de 2013, com<br />

sessões públicas e transmitidas pela<br />

televisão. Ainda assim, uma lei proposta pelo<br />

governo que ofereceria aos ex-funcionários e<br />

empresários imunidade se devolvessem seus<br />

ganhos advindos da corrupção em anos<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 57

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