ANISTIA INTERNACIONAL
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Com frequência, promotores se recusaram<br />
a investigar denúncias dos detentos sobre<br />
tortura e outros maus-tratos, além das provas<br />
de que forças de segurança tinham<br />
falsificado dados de prisão em casos de<br />
desaparecimento forçado.<br />
Em 15 de agosto, o Presidente al-Sisi<br />
assinou emendas para a Lei de Autoridade<br />
Policial que proibiram as forças de segurança<br />
de “maltratar cidadãos” e proibiram os<br />
funcionários de fazerem declarações não<br />
autorizadas à imprensa e de formarem<br />
sindicatos.<br />
DIREITOS DAS MULHERES<br />
As mulheres continuaram recebendo<br />
proteção inadequada contra a violência<br />
sexual e de gênero. Foram discriminadas na<br />
lei e na prática, em particular por leis de<br />
status pessoal que regulam o divórcio.<br />
Uma menina de 17 anos morreu em 29 de<br />
maio por hemorragia, segundo relatos, após<br />
sofrer mutilação genital feminina (MGF) num<br />
hospital particular da província de Suez.<br />
Quatro pessoas foram julgadas por<br />
acusações de causar danos letais e MGF,<br />
inclusive a mãe da menina e os funcionários<br />
do hospital.<br />
Em 25 de setembro, o presidente al-Sisi<br />
assinou uma lei que amplia a pena para<br />
qualquer pessoa que realizar uma MGF de<br />
um mínimo de três meses e máximo de dois<br />
anos para um mínimo de cinco anos e<br />
máximo de quinze anos, punindo também<br />
quem forçar as meninas a passarem pelo<br />
procedimento.<br />
DISCRIMINAÇÃO — MINORIAS<br />
RELIGIOSAS<br />
As minorias religiosas, inclusive cristãos<br />
coptas, muçulmanos xiitas e baha’is,<br />
continuaram a enfrentar restrições<br />
discriminatórias na lei e na prática, e<br />
receberam proteção inadequada contra a<br />
violência.<br />
Houve diversos ataques direcionados aos<br />
cristãos coptas. Em 11 de dezembro, um<br />
bombardeio em uma igreja no Cairo matou<br />
27 pessoas. O grupo armado Estado Islâmico<br />
assumiu a autoria desses ataques, mas as<br />
autoridades culparam uma "célula terrorista"<br />
ligada à Irmandade Muçulmana.<br />
Uma nova lei regulamentando as igrejas,<br />
assinada pelo presidente al-Sisi em 28 de<br />
setembro, restringiu de forma arbitrária sua<br />
construção, reparo e expansão.<br />
DIREITOS LGBTI<br />
As pessoas continuaram a ser presas,<br />
detidas e julgadas por acusações de<br />
“devassidão” segundo a Lei 10 de 1961,<br />
com base em sua orientação sexual aparente<br />
e identidade de gênero.<br />
DIREITOS DE PESSOAS REFUGIADAS E<br />
MIGRANTES<br />
As forças de segurança egípcias prenderam<br />
mais de 4.600 refugiados, solicitantes de<br />
refúgio e migrantes que tentavam cruzar o<br />
Mar Mediterrâneo e chegar à Europa, de<br />
acordo com os números publicados pela<br />
ACNUR, a agência para refugiados da ONU,<br />
em setembro.<br />
Em 8 de novembro, o Presidente al-Sisi<br />
sancionou uma lei que puniria quem<br />
transportasse pessoas ilegalmente de um<br />
país para o outro com uma multa de até 500<br />
mil libras egípcias (US$ 32.130) e penas de<br />
prisão de até 25 anos. A lei não faz distinção<br />
entre contrabando e tráfico de pessoas. A lei<br />
isentava as vítimas de tráfico e migrantes<br />
irregulares de penas de prisão e multas, mas<br />
previa que o governo os devolvesse a seus<br />
países de origem, possivelmente contra sua<br />
vontade. A lei não especifica como as<br />
autoridades devem tratar as vítimas de<br />
tráfico, refugiados e solicitantes de refúgio<br />
nem se estariam protegidas de um retorno<br />
forçado.<br />
Em 22 de setembro, um barco com<br />
pessoas refugiadas, solicitantes de refúgio e<br />
migrantes em situação irregular virou na<br />
costa egípcia. Mais de duzentas pessoas<br />
morreram. As forças de segurança<br />
prenderam a tripulação.<br />
DIREITOS TRABALHISTAS<br />
As autoridades não reconheceram sindicatos<br />
independentes que funcionavam fora da<br />
Federação Egípcia de Sindicatos, controlada<br />
112 Anistia Internacional Informe 2016/17