ANISTIA INTERNACIONAL
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aos homens em termos de casamento,<br />
divórcio, guarda dos filhos e herança. Elas<br />
também não têm acesso ao ensino superior,<br />
não têm empregos remunerados nem podem<br />
viajar para o exterior sem a aprovação do seu<br />
guardião masculino. Também é proibido que<br />
as mulheres dirijam.<br />
O plano de reforma econômica do<br />
governo, “Vision 2030”, incluía metas para<br />
aumentar a participação de mulheres na<br />
força de trabalho saudita de 22% para 30%”<br />
e “investir” na capacidade produtiva para<br />
“fortalecer seu futuro e contribuir para o<br />
desenvolvimento de nossa sociedade e nossa<br />
economia”. Nenhuma reforma jurídica ou<br />
outras medidas necessárias para atingir estes<br />
objetivos parece ter sido iniciada até o final<br />
do ano, embora o Ministro da Justiça tenha<br />
determinado em maio que devem ser dadas<br />
às mulheres uma cópia de sua certidão de<br />
casamento, que é necessária no caso de<br />
contestações judiciais entre os cônjuges. O<br />
Conselho da Shura debateu uma proposta de<br />
lei que, se aprovada, permitiria que as<br />
mulheres obtivessem um passaporte sem a<br />
aprovação de um guardião masculino.<br />
Em agosto, uma campanha on-line no<br />
Twitter chamada “Mulheres sauditas exigem<br />
o fim da tutela” fez com que dezenas de<br />
milhares de mulheres expressassem sua<br />
oposição ao sistema de tutela masculina.<br />
Ativistas relataram que, até setembro, cerca<br />
de 14.000 mulheres sauditas haviam<br />
assinado uma petição on-line pedindo ao Rei<br />
Salman para abolir o sistema.<br />
Em 11 de dezembro, Malak al-Shehri foi<br />
detida e interrogada depois de ter publicado<br />
uma foto de si mesma numa rede social sem<br />
um abaya (vestimenta que cobre o corpo<br />
todo). Foi liberada em 16 de dezembro, mas<br />
sua situação jurídica continua sem definição.<br />
DIREITOS DOS TRABALHADORES<br />
MIGRANTES<br />
As autoridades mantiveram a repressão aos<br />
migrantes em situação irregular, prendendo,<br />
detendo e deportando centenas de milhares<br />
de trabalhadores migrantes.<br />
Dezenas de milhares de trabalhadores<br />
migrantes foram demitidos sem terem sido<br />
pagos por meses, depois de o governo cortar<br />
gastos em contratos com empresas de<br />
construção e de outros setores. Cidadãos<br />
indianos, paquistaneses, filipinos e de outros<br />
países foram mantidos presos sem comida,<br />
água e vistos de saída; alguns foram para as<br />
ruas para bloquear estradas em protesto.<br />
PENA DE MORTE<br />
Tribunais continuaram a impor penas de<br />
morte para muitos crimes, incluindo crimes<br />
não violentos envolvendo drogas, que, nos<br />
termos do direito internacional, não deveriam<br />
incorrer em pena de morte. Muitos réus<br />
foram condenados à morte após julgamentos<br />
injustos pelos tribunais, que os condenaram<br />
sem investigar adequadamente suas<br />
alegações de que as "confissões" tinham sido<br />
coagidas, inclusive com tortura.<br />
Em 2 de janeiro, as autoridades realizaram<br />
47 execuções. Segundo relatos, foram 43 por<br />
decapitação e 4 por armas de fogo, em 12<br />
locais em todo o país.<br />
Entre os executados estavam menores em<br />
conflito com a lei, inclusive quatro homens<br />
xiitas condenados à morte por participarem<br />
de protestos em 2012, quando eram<br />
menores de 18 anos.<br />
ARGENTINA<br />
República Argentina<br />
Chefe de estado e de governo: Mauricio Macri<br />
Mulheres e meninas tiveram dificuldades no<br />
acesso ao aborto legal; intensificou-se a<br />
criminalização de direitos sexuais e<br />
reprodutivos. A discriminação contra os<br />
povos indígenas continuou.<br />
INFORMAÇÕES GERAIS<br />
O Congresso Nacional aprovou a Lei de<br />
Acesso a Informação Pública (Lei 27.275). O<br />
Conselho Nacional para Mulheres apresentou<br />
o plano de ação nacional para a prevenção,<br />
assistência e erradicação da violência contra<br />
mulheres.<br />
78 Anistia Internacional Informe 2016/17