ANISTIA INTERNACIONAL
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informação sobre seu paradeiro, suas<br />
condições ou seu destino. A tortura e maustratos<br />
a prisioneiros continuou sendo prática<br />
comum, o que resultou em muitas mortes.<br />
Grupos armados que lutavam contra o<br />
governo sírio e entre si mesmos também<br />
cometeram crimes de guerra e outras<br />
violações graves do direito internacional. O<br />
grupo armado que se autointitulou Estado<br />
Islâmico (EI) realizou ataques diretos contra<br />
civis em áreas controladas pelo governo da<br />
capital, Damasco, usando homens-bomba, e<br />
armaram ataques usando agentes químicos<br />
suspeitos, conduziram sítios e cometeram<br />
assassinatos ilegais nas áreas que controlava.<br />
Outro grupos armados bombardearam<br />
indiscriminadamente áreas controladas pelo<br />
governo sírio ou forças curdas, matando e<br />
ferindo civis.<br />
O Iêmen, país mais pobre do Oriente<br />
Médio, continuou imerso no conflito armado<br />
entre uma série de forças militares iemenitas<br />
e estrangeiras, que continuaram<br />
demonstrando desprezo pelas vidas dos<br />
civis, realizando ataques indiscriminados<br />
com bombas, artilharia e outras armas<br />
imprecisas, e atacando civis e estruturas civis<br />
diretamente, ou colocando civis em risco ao<br />
disparar armas de áreas residenciais.<br />
O grupo armado huti e as unidades do<br />
exército aliado leais ao ex-presidente do<br />
Iêmen Ali Abdullah Saleh bombardearam<br />
indiscriminadamente a cidade de Ta’iz,<br />
matando e ferindo civis, e impediram a<br />
entrada de alimentos e suprimentos médicos<br />
vitais, causando uma emergência<br />
humanitária. Os hutis também se envolveram<br />
em bombardeio indiscriminado que<br />
cruzaram a fronteira com áreas civis da<br />
Arábia Saudita. Enquanto isso, a coalizão<br />
militar liderada pela Arábia Saudita das<br />
forças do estado árabe se dedicou a<br />
restaurar o governo reconhecido<br />
internacionalmente do Iêmen, conduzindo<br />
uma campanha de ataques aéreos em áreas<br />
controladas ou contestadas pelos hutis e<br />
seus aliados, matando e ferindo milhares de<br />
civis. Muitos dos ataques foram<br />
indiscriminados ou desproporcionais. Outros,<br />
pareciam ter como alvo direto civis e alvos<br />
civis, como escolas e mercados. Bombas<br />
aéreas atingiram os hospitais diversas vezes.<br />
Alguns ataques da coalizão podem ser<br />
considerados crimes de guerra. A ONU<br />
relatou que mais de dois milhões de crianças<br />
no Iêmen sofriam de desnutrição aguda, e<br />
18,8 milhões de pessoas precisavam de<br />
assistência humanitária ou proteção no final<br />
do ano.<br />
Enquanto isso, centenas de milhares de<br />
civis continuaram no meio do conflito armado<br />
no Iraque. As forças do governo iraquiano, a<br />
maior parte composta de milícias<br />
paramilitares xiitas e combatentes tribais<br />
sunitas, e as forças do Governo Regional<br />
Curdo, apoiadas por ataques aéreos e outras<br />
capacidades militares da coalizão<br />
internacional liderada pelos EUA,<br />
recapturaram Fallujah e outras cidades antes<br />
controladas pelo EI. No final do ano, as<br />
partes estavam envolvidas numa ofensiva<br />
com o objetivo de expulsar as forças do EI de<br />
Mosul, a segunda maior cidade do Iraque. Os<br />
dois lados cometeram atrocidades. As forças<br />
do governo e milícias paramilitares aliadas<br />
cometeram crimes de guerra e outras<br />
violações do direito humanitário internacional<br />
e dos direitos humanos, principalmente<br />
contra membros da comunidade árabe<br />
sunita. Entre esses crimes estavam<br />
execuções extrajudiciais e assassinatos<br />
ilegais, tortura e destruição deliberada de<br />
casas civis. Essas forças sujeitaram centenas<br />
de homens e meninos ao desaparecimento<br />
forçado, sem tomar medida alguma para<br />
esclarecer o que aconteceu com eles ou o<br />
paradeiro dos milhares que continuavam<br />
desaparecidos depois de serem capturados<br />
pelas forças do governo e milícias aliadas em<br />
anos anteriores.<br />
Em áreas sob seu controle, o Estado<br />
Islâmico continuou a executar moradores<br />
que se opusessem a eles ou que fossem<br />
suspeitos de colaborar com as forças do<br />
governo. Os combatentes do EI puniram<br />
pessoas que acusaram de não cumprir seu<br />
código de vestimenta e comportamento,<br />
realizaram raptos, usaram de tortura e<br />
açoitamento, além de outras punições cruéis,<br />
submeteram mulheres e meninas yazidi à<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 51