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ANISTIA INTERNACIONAL

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foi dificultada pela corrupção, pela falta de<br />

capacidade do governo e pelo<br />

enfraquecimento do interesse internacional.<br />

Os deslocados internamente, junto com<br />

outros grupos, enfrentaram desafios enormes<br />

para ter acesso a serviços de saúde. As<br />

instalações públicas continuaram<br />

extremamente sobrecarregadas e, muitas<br />

vezes, não havia clínicas especializadas nos<br />

campos e assentamentos para IDP. A maior<br />

parte dos IDP não podia arcar com<br />

medicamentos e saúde privada, e a falta de<br />

serviços adequados de saúde materna e<br />

reprodutiva era uma área particularmente<br />

preocupante.<br />

Os deslocados internamente também<br />

sofreram ameaças frequentes de remoções<br />

forçadas tanto pelo governo quanto por<br />

agentes privados.<br />

DEFENSORES E DEFENSORAS DOS<br />

DIREITOS HUMANOS<br />

Grupos armados continuaram a atacar e<br />

ameaçar defensores dos direitos humanos.<br />

Defensores dos direitos humanos das<br />

mulheres, em particular, enfrentaram<br />

ameaças de morte contra si e suas famílias.<br />

No início de 2016, um proeminente<br />

defensor dos direitos humanos foi ameaçado<br />

de morte pelo Talibã via Facebook, junto com<br />

outras nove pessoas. Depois que os dez<br />

ativistas informaram as autoridades sobre a<br />

ameaça, o serviço de informações Direção<br />

Nacional de Segurança prendeu duas<br />

pessoas com supostas associações ao Talibã,<br />

mas os defensores dos direitos humanos não<br />

receberam mais informações. As ameaças<br />

contra os ativistas não cessaram e, por isso,<br />

as suas ações de direitos humanos foram<br />

auto-censuradas.<br />

Em agosto, o irmão de uma ativista local<br />

dos direitos das mulheres em uma província<br />

do sul foi sequestrado, torturado e morto por<br />

pessoas não identificadas. Os criminosos<br />

usaram o telefone da vítima para intimidar a<br />

ativista e sua família com ameaças de<br />

repercussões fatais, caso não cessasse seu<br />

trabalho com direitos humanos. Até o final do<br />

ano, ninguém foi preso pelo sequestro e<br />

assassinato.<br />

LIBERDADES DE EXPRESSÃO E<br />

MANIFESTAÇÃO<br />

A liberdade de expressão, fortalecida após a<br />

queda do Talibã em 2001, tem sido<br />

gradativamente corroída depois da sequência<br />

de ataques violentos, intimidações e<br />

assassinatos de jornalistas.<br />

Segundo a Nai, organização que zela pela<br />

independência dos meios de comunicação,<br />

entre janeiro e novembro, ocorreram cerca<br />

de 114 casos de ataques contra jornalistas,<br />

profissionais da imprensa e agências de<br />

comunicação. Dentre eles, homicídios,<br />

espancamentos, detenções, incêndios<br />

intencionais, ameaças e outras formas de<br />

violência por parte de agentes estatais e não<br />

estatais.<br />

Em 20 de janeiro, um ataque suicida<br />

contra o ônibus que transportava uma equipe<br />

do Moby Group, proprietário da Tolo TV, a<br />

maior emissora de TV privada do país, matou<br />

sete profissionais de comunicação e feriu 27<br />

pessoas. O Talibã, que já havia feito ameaças<br />

à Tolo TV, reivindicou a responsabilidade pelo<br />

ataque.<br />

Em 29 de janeiro, Zubair Khaksar ,<br />

conhecido jornalista que trabalha para a TV<br />

nacional afegã na província de Nangarhar, foi<br />

morto por homens armados não identificados<br />

enquanto viajava da cidade de Jalalabad<br />

para o distrito de Surkhrood.<br />

Em 19 de abril, a polícia de Cabul<br />

espancou dois profissionais de comunicação<br />

da Ariana TV durante a realização de suas<br />

tarefas de reportagem.<br />

Ativistas de várias províncias fora de Cabul<br />

declararam estar cada vez mais relutantes<br />

em organizar manifestações, temendo<br />

represálias de agentes do governo.<br />

TORTURA E OUTROS MAUS-TRATOS<br />

Grupos armados, incluindo o Talibã,<br />

continuaram com os assassinatos, torturas e<br />

outros abusos contra os direitos humanos<br />

como punição por supostos crimes ou<br />

delitos. As estruturas de justiça paralela eram<br />

ilegais.<br />

Entre 1 de janeiro e 30 de junho, a<br />

UNAMA documentou 26 casos de execuções<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 63

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