06.03.2017 Views

ANISTIA INTERNACIONAL

hym5Zk

hym5Zk

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

continuou terrível, com violações de direitos<br />

humanos e do direito humanitário<br />

internacional generalizadas. A partir de<br />

evidências ficou comprovado o uso de<br />

armas químicas pelo governo em Darfur. Os<br />

direitos a liberdade de expressão,<br />

associação e manifestação pacífica foram<br />

arbitrariamente restringidos e a opoisção e<br />

pessoas suspeitas de se opor ao governo<br />

foram submetidas a prisões e detenções<br />

arbitrárias, entre outras violações. O uso<br />

excessivo de força pelas autoridades para<br />

dispersar protestos causou inúmeras<br />

mortes.<br />

INFORMAÇÕES GERAIS<br />

Os conflitos armados continuaram em Darfur,<br />

Nilo Azul e Cordofão do Sul, resultando em<br />

mortes de civis, caos e sofrimento<br />

generalizados.<br />

Em março, o Painel de Implementação de<br />

Alto Nível da União Africana (AUHIP) propôs<br />

um Acordo de paz e diálogo para acabar com<br />

os conflitos. Pelo Acordo, as partes se<br />

comprometem a encerrar os conflitos em<br />

Darfur, Nilo Azul e Cordofão do Sul e garantir<br />

acesso humanitário a todas as populações<br />

dessas áreas. Também há o compromisso de<br />

iniciar um processo de diálogo nacional<br />

inclusivo. O governo assinou o Acordo em<br />

março, mas de início os grupos de oposição<br />

se recusaram a assinar.<br />

Em 8 de agosto, o acordo foi assinado por<br />

quatro grupos de oposição: o Partido<br />

Nacional Umma, o Movimento Popular de<br />

Libertação do Sudão-Norte (SPLM-N), o<br />

Movimento de Igualdade e Justiça (JEM) e o<br />

Movimento de Libertação do Sudão (SLM-<br />

MM) liderado por Minni Minnawi. No dia<br />

seguinte, as negociações continuaram em<br />

Adis-Abeba, na Etiópia, em duas frentes:<br />

entre o SPLM-N e o governo, e sobre o fim<br />

das hostilidades e o acesso humanitário em<br />

Darfur. Entretanto, em 14 de agosto o diálogo<br />

entre o governo e os grupos armados, SPLM-<br />

N, JEM e SLM-MM entrou em colapso. O<br />

AUHIP anunciou a suspensão das<br />

negociações de paz por tempo<br />

indeterminado. Os dois lados culparam um<br />

ao outro pelo colapso das negociações.<br />

Quando o histórico de direitos humanos do<br />

Sudão foi avaliado no processo de Revisão<br />

Periódica Universal da ONU em maio, o<br />

Sudão aceitou uma série de recomendações,<br />

incluindo a ratificação da<br />

A Convenção Contra a Tortura e<br />

Outros Tratamentos ou Penas<br />

Cruéis, Desumanos ou Degradantes. No<br />

entanto, o Sudão rejeitou as recomendações<br />

de excluir as cláusulas que geram<br />

impunidade da Lei de Segurança Nacional<br />

de 2010 e assegurar a investigação e<br />

responsabilização judicial de atos<br />

considerados como crimes pelas leis<br />

internacionais e de violações de direitos<br />

humanos cometidas pelo Serviço de<br />

Segurança e Inteligência Internacional<br />

(NISS), pelas forças armadas e pela polícia. 1<br />

Em janeiro, o parlamento aprovou uma<br />

emenda para aumentar a pena máxima por<br />

protestar de dois para cinco anos de prisão.<br />

TRIBUNAL PENAL <strong>INTERNACIONAL</strong><br />

As autoridades continuaram se recusando a<br />

executar cinco mandados de prisão emitidos<br />

pelo TPI para cidadãos sudaneses, incluindo<br />

dois para o Presidente Omar Al Bashir<br />

baseados em acusações de genocídio,<br />

crimes contra a humanidade e crimes de<br />

guerra supostamente cometidos por seu<br />

governo em Darfur.<br />

CONFLITO ARMADO<br />

Darfur<br />

A situação humanitária e de segurança em<br />

Darfur continuou terrível em2016, o 13 o ano<br />

desse conflito armado.<br />

Em janeiro, forças do governo lançaram<br />

uma ofensiva militar de larga escala na região<br />

de Jebel Marra, em Darfur. De então até<br />

maio ataques aéreos e terrestres alvejaram<br />

Jebel Marra. Depois disso, as chuvas<br />

sazonais se intensificaram, impossibilitando<br />

os ataques terrestres na maior parte da<br />

região. As ofensivas aéreas continuaram até<br />

meados de setembro.<br />

Foi documentado um grande número de<br />

agressões consideradas crimes pelo direito<br />

internacional e violações de direitos humanos<br />

cometidas pelas forças do governo sudanês,<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 227

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!