ANISTIA INTERNACIONAL
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BOLÍVIA<br />
Estado Plurinacional da Bolívia<br />
Chefe de estado e governo: Evo Morales Ayma<br />
A criação de uma comissão para a verdade,<br />
justiça e reconciliação para violações de<br />
direitos humanos e crimes cometidos<br />
durante regimes militares (1964-1982) sob<br />
o direito internacional, ainda permanece<br />
pendente. Houve alegações de que não se<br />
buscou a autorização livre, prévia e<br />
informada dos povos indígenas sobre os<br />
projetos de exploração de petróleo na<br />
Amazônia. Houve algum progresso na<br />
proteção dos direitos LGBTI, bem como os<br />
direitos sexuais e reprodutivos. Existem<br />
ainda questões preocupantes sobre o<br />
sistema penitenciário.<br />
INFORMAÇÕES GERAIS<br />
Em agosto, o Vice-Ministro do Interior,<br />
Rodolfo Illanes, foi assassinado durante<br />
protestos de mineiros. Os manifestantes<br />
estavam se opondo à aprovação de uma<br />
emenda à Lei de Cooperativas, que garante o<br />
direito de filiação aos sindicatos.<br />
IMPUNIDADE<br />
A Bolívia ainda não criou a Comissão para a<br />
Verdade, Justiça e Reconciliação para crimes<br />
cometidos durante os governos militares,<br />
prometida em março de 2015 em uma<br />
audiência pública perante a Comissão<br />
Interamericana de Direitos Humanos.<br />
DIREITOS DE PESSOAS COM<br />
DEFICIÊNCIA<br />
Em setembro, o Comitê da ONU sobre<br />
Direitos das Pessoas com Deficiência emitiu<br />
seu relatório sobre a Bolívia. Entre as<br />
recomendações, o Comitê instou a Bolívia a<br />
aprimorar e adaptar mecanismos e<br />
procedimentos para assegurar o acesso à<br />
justiça de pessoas com deficiência, e abolir a<br />
prática de esterilizar pessoas com deficiência<br />
sem seu livre, prévio e informado<br />
consentimento.<br />
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO<br />
Em junho, protestos pacíficos de pessoas<br />
com deficiência que exigiam um benefício<br />
mensal, foram reprimidos pela polícia com<br />
gás lacrimogêneo. Em agosto, alegações de<br />
uso excessivo da força para reprimir<br />
protestos foram relatadas ao Comitê da ONU<br />
sobre Direitos das Pessoas com Deficiência,<br />
estas alegações instavam as autoridades<br />
bolivianas a realizar uma investigação<br />
abrangente e imparcial sobre o incidente.<br />
DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS<br />
Em março, líderes dos povos indígenas da<br />
Amazônia e o Centro para Documentação e<br />
Informação da Bolívia (CEDIB) denunciaram<br />
o fracasso em assegurar uma autorização<br />
prévia, livre e informada sobre os projetos de<br />
exploração de petróleo que ocorrem em<br />
território indígena.<br />
DIREITOS LGBTI<br />
Em maio, a Câmara dos Deputados do<br />
Congresso aprovou a Lei de Identidade de<br />
Gênero, estabelecendo os procedimentos<br />
administrativos para as pessoas transgêneros<br />
acima de 18 anos poderem alterar<br />
legalmente seu nome, sexo e dados de<br />
imagem em documentos oficiais.<br />
Em setembro, a Defensoria Pública<br />
endossou um projeto de lei que permitiria o<br />
casamento civil entre pessoas do mesmo<br />
gênero, e possibilitaria às pessoas LGBTI<br />
terem os mesmos direitos e garantias de<br />
cuidados de saúde e segurança social de<br />
outros casais. O projeto de lei seria enviado à<br />
Assembleia Legislativa Plurinacional no final<br />
do ano.<br />
DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS<br />
Em agosto, o Ministério da Saúde e a<br />
Universidade de San Andrés lançaram o<br />
primeiro Observatório de Mortalidade<br />
Materna e Neonatal para monitorar e reduzir<br />
as altas taxas de mortalidade materna e<br />
infantil no país. O Ministério da Saúde<br />
também anunciou o desenvolvimento de um<br />
projeto de lei para garantir o acesso<br />
adequado ao planejamento familiar.<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 81