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ANISTIA INTERNACIONAL

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Koroliov decidiram se manifestar e<br />

registraram reclamações oficiais. 5<br />

Nas autoproclamadas Repúblicas<br />

Populares de Donetsk e Lugansk, os<br />

"Ministros de Segurança do Estado" locais<br />

usaram seus poderes por meio de "decretos"<br />

locais para prender pessoas de forma<br />

arbitrária por até 30 dias, prazo que foi<br />

prorrogado diversas vezes. Ivan Kozlovskyi<br />

(preso em 27 de janeiro) e Volodymyr<br />

Fomychev (preso em 4 de janeiro) foram<br />

acusados de posse ilegal de armas (eles<br />

negam) e de "apoiar" o "lado ucraniano". Um<br />

tribunal em Donetsk condenou Volodymyr<br />

Fomychev a dois anos de prisão em 16 de<br />

agosto. Ivan Kozlovskyi permanecia detido,<br />

aguardando o julgamento, até o final do ano.<br />

PESSOAS DESALOJADAS NO PAÍS<br />

O Comitê CERD destacou uma série de itens<br />

preocupantes sobre as dificuldades<br />

enfrentadas pessoas desalojadas no país em<br />

sua análise da Ucrânia em 2016. Esses itens<br />

incluíram a ligação de benefícios sociais,<br />

como pensões, ao status dessas pessoas e à<br />

residência em áreas controladas pelo<br />

governo.<br />

LIBERDADE DE EXPRESSÃO —<br />

JORNALISTAS<br />

Veículos de imprensa que compartilhavam<br />

de pontos de vista pró-Rússia ou próseparatista,<br />

e especialmente os que<br />

criticavam as autoridades, enfrentaram<br />

hostilidades como ameaças de encerramento<br />

de atividades ou violência física. O canal de<br />

TV Inter foi ameaçado de fechamento<br />

repetidamente pelo Ministro do Interior e, em<br />

4 de setembro, cerca de 15 homens<br />

encapuzados tentaram invadir o escritório da<br />

Inter, sem sucesso. Eles acusavam o canal<br />

de cobrir as notícias com viés pró-Rússia. Ao<br />

fracassar, atiraram coquetéis molotov no<br />

prédio, iniciando um incêndio.<br />

O popular apresentador de TV Savik<br />

Shuster (que tem dupla nacionalidade,<br />

canadense e italiana) teve sua licença de<br />

trabalho revogada pelo Serviço de Migração<br />

Ucraniano, violando o procedimento<br />

existente. O Tribunal de Apelação de Kiev<br />

restabeleceu a licença em 12 de julho. Na<br />

sequência, processos penais foram abertos<br />

contra o canal de TV 3STV, de Savik Shuster,<br />

pelas autoridades fiscais. Em 1 de<br />

dezembro, Savik Shuster decidiu encerrar as<br />

atividades do canal devido à pressão e à falta<br />

de fundos.<br />

Ruslan Kotsaba, jornalista freelance e<br />

blogueiro de Ivano-Frankivsk, foi condenado<br />

a três anos e meio de prisão em 12 de maio<br />

por “obstruir as atividades legítimas das<br />

Forças Armadas Ucranianas em um período<br />

especial”. Ele havia sido preso em 2015,<br />

depois de postar um vídeo no YouTube em<br />

que exigia o fim imediato dos combates em<br />

Donbass e em que convocava os homens<br />

ucranianos a resistir ao serviço militar<br />

obrigatório. Ele foi totalmente absolvido ao<br />

recorrer em 12 de julho, sendo<br />

imediatamente libertado.<br />

Em 20 de julho, o jornalista Pavel<br />

Sheremet foi morto por uma bomba<br />

implantada no seu carro, na capital Kiev. Os<br />

criminosos não haviam sido identificados até<br />

o final do ano. A investigação do assassinato<br />

do jornalista Oles Buzina, morto a tiros por<br />

dois homens encapuzados em 2015,<br />

também não gerou resultados.<br />

Jornalistas com visões pró-ucranianas ou<br />

que se reportavam a veículos de imprensa<br />

ucranianos não conseguiram trabalhar<br />

abertamente em áreas controladas por<br />

separatistas e na Crimeia. Uma equipe russa<br />

do canal de TV independente Dozhd foi<br />

presa em Donetsk e deportada para a Rússia<br />

pelo Ministério de Segurança de Estado, após<br />

a gravação de uma entrevista com um excomandante<br />

separatista.<br />

Na Crimeia, jornalistas independentes não<br />

conseguiram trabalhar abertamente.<br />

Jornalistas da Ucrânia continental tiveram<br />

sua entrada recusada e retornaram à<br />

fronteira de facto. Jornalistas e blogueiros<br />

locais que criticavam a ocupação russa e a<br />

anexação ilegal da Crimeia corriam o risco de<br />

serem processados, e poucos ousaram<br />

expressar seus pontos de vista. Mykola<br />

Semena, jornalista veterano, foi investigado<br />

sob acusações de “extremismo” (com pena<br />

de até sete anos de prisão caso seja<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 241

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