ANISTIA INTERNACIONAL
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A Procuradoria Geral criou uma nova<br />
Unidade para a Investigação de Crimes<br />
Contra Migrantes. Organizações da<br />
sociedade civil participaram da criação de<br />
um Mecanismo Mexicano para Apoio<br />
Estrangeiro em Buscas e Investigações para<br />
coordenar os esforços das autoridades<br />
mexicanas e da América Central em<br />
assegurar justiça às vítimas migrantes de<br />
desaparecimentos causados por atores não<br />
estatais e por outros crimes no México.<br />
Em setembro, o presidente Peña Nieto<br />
anunciou um plano para pessoas refugiadas<br />
em uma reunião da ONU, reconhecendo<br />
oficialmente a crise de refugiados no México<br />
e na América Central. O plano prometia<br />
aumentar o financiamento da agência<br />
mexicana para refugiados em até 80%, para<br />
garantir que nenhuma criança migrante<br />
abaixo de 11 anos de idade fosse detida, e<br />
para fortalecer a inclusão e a integração dos<br />
refugiados no país. Em maio, um relatório<br />
especial da Comissão Nacional de Direitos<br />
Humanos identificou pelo menos 35.433<br />
vítimas de deslocamentos internos no<br />
México, apesar do fato de que estimativas<br />
críveis baseadas em dados oficiais foram<br />
pelo menos quatro vezes maior. Em outubro,<br />
a Comissão publicou um relatório destacando<br />
as condições de pobreza nos centros de<br />
detenção de migrantes, especialmente para<br />
crianças desacompanhadas.<br />
DESAPARECIMENTOS FORÇADOS<br />
Desaparecimentos forçados com o<br />
envolvimento do estado e desaparecimentos<br />
cometidos por atores não estatais<br />
continuaram a ocorrer amplamente, e os<br />
responsáveis continuaram a gozar de quase<br />
absoluta impunidade. As investigações nos<br />
casos de pessoas desaparecidas<br />
continuaram a ser ineficientes e<br />
excessivamente demoradas. De maneira<br />
geral, as autoridades falharam em procurar<br />
pelas vítimas imediatamente.<br />
Ao final do ano, 29.917 pessoas (22.414<br />
homens e 7.503 mulheres) foram reportadas<br />
como desaparecidas. Os números do<br />
Registro Nacional de Pessoas Ausentes ou<br />
Desaparecidas não incluíam casos federais<br />
que ocorreram antes de 2014, nem casos<br />
classificados como outros crimes como<br />
tomada de reféns ou tráfico humano.<br />
O desaparecimento forçado e o<br />
desaparecimento causado por atores não<br />
estatais resultaram em sérios prejuízos às<br />
famílias das vítimas, o que constituiu uma<br />
forma de tortura e outros tratamentos ou<br />
punições cruéis, desumanos ou degradantes.<br />
Dados disponíveis sugerem que a maioria<br />
das vítimas eram homens. Mulheres eram a<br />
maioria dos parentes em busca da verdade,<br />
da justiça e de reparações. Alguns parentes<br />
de pessoas desaparecidas que buscavam por<br />
familiares receberam ameaças de morte.<br />
O Senado realizou audiências públicas<br />
com parentes de pessoas desaparecidas de<br />
acordo com a Lei Geral de<br />
Desaparecimentos, que foi apresentada ao<br />
Congresso pelo presidente Peña Nieto em<br />
dezembro de 2015. O projeto de lei<br />
permanece no Congresso.<br />
Em março, cinco fuzileiros navais foram<br />
acusados criminalmente pelo<br />
desparecimento forçado de Armando<br />
Humberto del Bosque Villarreal, que foi<br />
encontrado morto semanas após sua prisão<br />
arbitrária em 2013 no estado de Nuevo León.<br />
Em abril, o Grupo Interdisciplinar de<br />
Especialistas Independentes (GIEI) indicado<br />
pela Comissão Interamericana de Direitos<br />
Humanos publicou seu segundo relatório<br />
sobre os 43 estudantes de uma faculdade de<br />
pedagogia em Ayotzinapa, estado de<br />
Guerrero, que foram vítimas de<br />
desaparecimento forçado em setembro de<br />
2014. O GIEI confirmou que a avaliação das<br />
autoridades de que os estudantes foram<br />
assassinados e queimados em um aterro<br />
sanitário local era cientificamente impossível.<br />
O GIEI também revelou que em outubro de<br />
2014 policiais visitaram irregularmente uma<br />
cena que posteriormente foi ligada ao crime,<br />
manipulando provas importantes sem a<br />
permissão ou a documentação adequada.<br />
Um homem relacionado ao caso mantido sob<br />
custódia foi forçado pelas autoridades a<br />
participar da visita sem a presença de seu<br />
advogado ou qualquer supervisão de um juiz.<br />
A visita ocorreu um dia antes de o governo<br />
174 Anistia Internacional Informe 2016/17