ANISTIA INTERNACIONAL
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ou aparência física condizentes com a<br />
identidade de gênero.<br />
Vários prefeitos adotaram medidas para<br />
restringir o uso de roupas de banho<br />
consideradas incompatíveis com a higiene, o<br />
princípio do secularismo e a manutenção da<br />
ordem pública. Em particular, as autoridades<br />
tentaram banir o uso de roupas de banho<br />
que cobrem o corpo todo, também<br />
conhecidas como “burquini”. Em 26 de<br />
agosto, o Conselho de Estado suspendeu as<br />
medidas em Villeneuve-Loubet no sul da<br />
França, julgando não serem necessárias para<br />
assegurar a ordem pública.<br />
PRESTAÇÃO DE CONTAS<br />
Em 29 de novembro, a Assembleia Nacional<br />
adotou um projeto de lei que impõe um<br />
dever sobre certas empresas francesas de<br />
grande porte: implementar um “plano de<br />
vigilância” para impedir abusos graves contra<br />
os direitos humanos e danos ambientais<br />
ligados às suas próprias atividades, de suas<br />
subsidiárias e de outras relações comerciais<br />
estabelecidas, sujeitando-as a multas por não<br />
cumprimento. Além disso, qualquer<br />
inadequação no plano que leve a abusos<br />
contra os direitos humanos pode ser usada<br />
por vítimas para pedir indenizações das<br />
empresas na justiça francesa. No final do<br />
ano, o projeto estava aguardando aprovação<br />
no Senado.<br />
COMÉRCIO DE ARMAS<br />
Em junho, uma família palestina apresentou<br />
uma denúncia contra a empresa francesa<br />
Exxelia Technologies por cumplicidade em<br />
homicídios e crimes de guerra em Gaza. Em<br />
2014, três dos filhos da família foram mortos<br />
por um míssil lançado contra sua casa na<br />
Cidade de Gaza por forças israelenses. De<br />
acordo com investigações posteriores, um<br />
componente do míssil tinha sido fabricado<br />
pela Exxelia Technologies. A França ainda é o<br />
quarto maior exportador de armas do mundo,<br />
vendendo a países como Arábia Saudita e<br />
Egito.<br />
1. Vidas viradas do avesso: o impacto desproporcionado do estado de<br />
emergência em França (EUR 21/3364/2016)<br />
GRÉCIA<br />
República Helênica<br />
Chefe de estado: Prokopis Pavlopoulos<br />
Chefe de governo: Alexis Tsipras<br />
A Grécia enfrentou desafios consideráveis<br />
para fornecer condições de recepção<br />
adequadas e acesso ao processo de<br />
solicitação de refúgio a pessoas refugiadas,<br />
solicitantes de refúgio e migrantes após o<br />
anúncio do acordo de fechamento de<br />
fronteiras entre a União Europeia e a<br />
Turquia. Evidências comprovaram que pelo<br />
menos oito refugiados sírios foram<br />
retornados forçadamente pela Grécia à<br />
Turquia. Devido ao fechamento da rota dos<br />
Balcãs, centenas de pessoas refugiadas,<br />
solicitantes de refúgio e migrantes ficaram<br />
presas na Grécia continental em péssimas<br />
condições. Alegações de torturas e outros<br />
maus-tratos por membros das forças de<br />
segurança durante prisões e/ou detenções<br />
continuaram. Em dezembro, uma nova<br />
legislação estabeleceu um mecanismo de<br />
ouvidoria para a polícia nacional.<br />
INFORMAÇÕES GERAIS<br />
O Parlamento adotou ainda mais medidas de<br />
austeridade, incluindo aumento de impostos,<br />
cortes no pagamento de pensões e a<br />
transferência de bens do Estado para um<br />
fundo de privatização. Em fevereiro, o<br />
especialista independente da ONU sobre os<br />
efeitos da dívida externa concluiu que as<br />
medidas de austeridade implementadas<br />
desde 2010 contribuíram significativamente<br />
para a erosão ampla dos direitos sociais e<br />
econômicos da população, bem como para a<br />
pobreza generalizada na Grécia.<br />
DIREITOS DE PESSOAS REFUGIADAS E<br />
MIGRANTES<br />
Até o fim do ano 173.451 solicitantes de<br />
refúgio e migrantes chegaram à Grécia pelo<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 127