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ANISTIA INTERNACIONAL

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MUDANÇAS LEGAIS, CONSTITUCIONAIS<br />

OU INSTITUCIONAIS<br />

Em 7 de julho, foram aprovadas emendas à<br />

legislação antiextremista, conhecidas como o<br />

"pacote Yarovaya". As emendas foram<br />

bastante inconsistentes com as obrigações<br />

da Rússia relacionadas a direitos humanos<br />

internacionais, pois proibiram qualquer forma<br />

de atividade missionária que não faça parte<br />

das instituições religiosas especialmente<br />

designadas, obrigando os provedores de<br />

tecnologia da informação a armazenar<br />

registros de todas as conversas por seis<br />

meses e os metadados por três anos,<br />

aumentando a punição máxima por<br />

extremismo de quatro para oito anos de<br />

prisão, bem como a multa por encorajar<br />

pessoas a participarem de agitações em<br />

massa de cinco para dez anos de prisão.<br />

LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO<br />

Em março, a legislação que versa sobre<br />

reuniões públicas foi estendida a<br />

manifestações motorizadas "não<br />

autorizadas". Em agosto, esta nova provisão<br />

foi usada para perseguir um grupo de<br />

fazendeiros do Kuban, no sul da Rússia, que<br />

viajava para a capital, Moscou, em tratores e<br />

carros particulares para protestar contra a<br />

grilagem de terras pelas empresas do setor<br />

de agricultura. Seu líder, Aleksei Volchenko,<br />

foi condenado a 10 dias de prisão<br />

administrativa por participar de uma<br />

manifestação “não autorizada” 1 após ter<br />

estado em uma reunião com os fazendeiros e<br />

o representante legal regional do presidente.<br />

Outros participantes da reunião pagaram<br />

multas ou ficaram em detenção<br />

administrativa por curtos períodos.<br />

Quatro pessoas ainda estavam cumprindo<br />

suas penas por participarem da manifestação<br />

na Praça Bolotnaya em Moscou, em 6 de<br />

maio de 2012, e duas outras foram acusadas<br />

por terem relação com os eventos. Em 5 de<br />

janeiro, o Tribunal Europeu dos Direitos<br />

Humanos descobriu que o direito de<br />

Yevgeniy Frumkin à liberdade de<br />

manifestação pacífica foi violado e que ele foi<br />

detido arbitrariamente por 15 dias por “não<br />

obedecer a ordens policiais” após participar<br />

do protesto na Praça Bolotnaya. O tribunal<br />

considerou que a prisão, detenção e punição<br />

administrativa de Yevgeniy Frumkin foram<br />

“excessivamente desproporcionais", e que<br />

foram realizadas para desencorajar a ele e<br />

outras pessoas de participarem de<br />

manifestações ou de se envolverem na<br />

política de oposição.<br />

Em 12 de outubro, Dmitry Buchenkov foi<br />

acusado de participar de agitações em<br />

massa e recebeu seis acusações de uso de<br />

“força não letal” contra policiais durante a<br />

manifestação na Praça Bolotnaya. Ele alegou<br />

que estava em Nizhny Novogorod naquele<br />

momento e não tinha participado da<br />

manifestação. Detido desde dezembro de<br />

2015, até o fim de 2016 ainda estava preso.<br />

LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO -<br />

DEFENSORES E DEFENSORAS DOS<br />

DIREITOS HUMANOS<br />

Durante o ano, dezenas de ONGs<br />

independentes que recebiam fundos<br />

estrangeiros foram adicionadas à lista de<br />

"agentes estrangeiros", incluindo a Sociedade<br />

Internacional Histórica e de Direitos<br />

Humanos do Memorial.<br />

As ONGs continuaram a enfrentar multas<br />

administrativas por não cumprirem a<br />

legislação de "agentes estrangeiros". Em 24<br />

de junho, Valentina Cherevatenko, fundadora<br />

e presidente da Women of the Don Union, foi<br />

informada sobre o processo criminal aberto<br />

contra ela por “evasão sistemática de<br />

obrigações impostas pela lei a organizações<br />

sem fins lucrativos que tenham função de<br />

um agente estrangeiro”, punível com uma<br />

pena de até dois anos de prisão. Esta foi a<br />

primeira vez que o artigo relevante do Código<br />

Penal havia sido aplicado desde sua criação<br />

em 2012. A investigação penal contra<br />

Valentina Cherevatenko ainda estava em<br />

andamento no fim do ano. A equipe da ONG<br />

Women of the Don Union eram<br />

frequentemente interrogadas por<br />

investigadores que também monitoravam as<br />

publicações da organização.<br />

Lyudmilla Kuzmina, uma bibliotecária<br />

aposentada e coordenadora da filial de<br />

214 Anistia Internacional Informe 2016/17

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