ANISTIA INTERNACIONAL
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plena fiscalização judicial ou parlamentar.<br />
Tais poderes podem ser aumentados após 15<br />
dias, se aprovado pelo Parlamento. Tal<br />
estado de emergência também conferiria<br />
amplos poderes às forças de segurança para<br />
utilizar armas de fogo em circunstâncias que<br />
ultrapassam além do que é permitido por leis<br />
e padrões internacionais.<br />
Em novembro, um sírio foi sentenciado a<br />
dez anos de prisão por “atos terroristas”<br />
devido ao seu envolvimento em embates<br />
contra agentes da guarda fronteiriça da<br />
Hungria em um ponto fronteiriço entre a<br />
Sérvia e a Hungria em setembro de 2015.<br />
Ambas as partes recorreram da decisão em<br />
primeira instância.<br />
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO<br />
Em outubro, o supostamente independente<br />
Escritório de Controle do Governo<br />
(Kormányzati Ellenőrzési Hivatal, conhecido<br />
como KEHI) foi compelido, mediante<br />
determinação jurídica, a revelar o rastro de<br />
documentos da auditoria ad hoc que realizou<br />
em 2014 de várias ONGs que criticam as<br />
políticas do governo, revelando que tal ordem<br />
fora dada pessoalmente pelo primeiro<br />
ministro. A auditoria envolveu batidas<br />
policias, confisco de computadores e<br />
servidores e extensas investigações, porém<br />
foi concluída sem que nenhum crime tenha<br />
sido identificado. Representantes do governo<br />
continuaram a ameaçar diversas ONGs<br />
envolvidas em investigações subsequentes, o<br />
que contribuiu para um efeito intimidatório<br />
em meio à sociedade civil.<br />
LIBERDADE DE EXPRESSÃO –<br />
JORNALISTAS<br />
Népszabadság – um jornal que criticava o<br />
governo – teve sua publicação suspensa de<br />
forma abrupta em outubro de 2016, e todos<br />
os jornalistas foram dispensados. O<br />
encerramento das atividades ocorreu dias<br />
antes da empresa ser vendida a um<br />
empreendedor próximo ao governo.<br />
SISTEMA JUDICIÁRIO<br />
Em junho, a Grande Câmara do Tribunal<br />
Europeu dos Direitos Humanos entendeu em<br />
Baka vs. Hungri que suspender o mandato<br />
do presidente do Supremo Tribunal por conta<br />
de suas críticas às reformas legislativas vai<br />
de encontro à Convenção Europeia dos<br />
Direitos Humanos. Ficou determinado que<br />
houve violação do Artigo 6, parágrafo 1<br />
(direito ao acesso a um tribunal) e ao Artigo<br />
10 (liberdade de expressão).<br />
DISCRIMINAÇÃO – CIGANOS<br />
Em janeiro, um tribunal na capital,<br />
Budapeste, instruiu o município de Miskolc a<br />
desenvolver um plano de ação para a maioria<br />
de residentes ciganos que foram removidos<br />
ou prestes a serem removidos do bairro das<br />
Ruas Numeradas da cidade. No entanto, o<br />
plano de ação de habitação compreendeu<br />
apenas 30 unidades de moradia para<br />
aproximadamente 100 famílias afetadas, e<br />
não alocou verba adicional para moradias ou<br />
compensação financeira.<br />
Em março, um tribunal em Eger emitiu um<br />
veredito em primeira instância de que<br />
crianças ciganas, no condado de Heves,<br />
estavam sendo segregadas ilegalmente em<br />
escolas e turmas que ofereciam educação<br />
direcionada a crianças com deficiência. Em<br />
junho, a Comissão Europeia deu início a<br />
processos de infração contra a Hungria por<br />
conta da discriminação dos ciganos na<br />
educação.<br />
Crimes de ódio<br />
A investigação e julgamento de crimes de<br />
ódio continuaram a apresentar falta de<br />
consistência. Em janeiro, a Curia (Supremo<br />
Tribunal) finalmente emitiu seu veredito no<br />
caso de um assassinato em série de ciganos<br />
ocorrido em 2008 e 2009, motivado por<br />
questões étnicas. Seis pessoas foram mortas,<br />
inclusive um menino de cinco anos, e várias<br />
outras ficaram feridas. Três réus foram<br />
condenados a prisão perpétua sem direito à<br />
liberdade condicional (contrariando a lei<br />
europeia de direitos humanos), e um quarto<br />
a 13 anos de prisão.<br />
Em abril, um tribunal em Debrecen<br />
reverteu um veredito proferido em primeira<br />
instância segundo o qual a polícia teria<br />
discriminado os ciganos da cidade de<br />
Anistia Internacional Informe 2016/17 137