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ANISTIA INTERNACIONAL

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COLÔMBIA<br />

República da Colômbia<br />

Chefe de estado e governo: Juan Manuel Santos<br />

Calderón<br />

Um acordo de paz alcançado entre o<br />

governo e o grupo de guerrilha Forças<br />

Armadas Revolucionárias da Colômbia<br />

(FARC) foi ratificado pelo Congresso em<br />

novembro. Isso marcou oficialmente o fim<br />

de cinco décadas de conflito armado e mais<br />

de quatro anos de negociação. No entanto,<br />

houve um aumento no número de<br />

defensores e defensoras dos direitos<br />

humanos assassinados — entre eles,<br />

indígenas, afrodescendentes e líderes de<br />

pequenos agricultores. O processo de paz<br />

com o segundo maior grupo guerrilheiro do<br />

país, o Exército de Libertação Nacional<br />

(ELN) não havia começado até o final do<br />

ano. Ainda havia dúvidas de que o acordo<br />

de paz com as FARC garantiria que todos os<br />

suspeitos de crimes de guerra e contra a<br />

humanidade fossem responsabilizados de<br />

acordo com o direito internacional.<br />

PROCESSO DE PAZ<br />

Em junho, o governo e as FARC assinaram<br />

um acordo bilateral de cessar-fogo e<br />

suspensão das hostilidades, 1 que entrou em<br />

vigor a partir de 29 de agosto, apesar de um<br />

cessar-fogo de facto já existir desde 2015.<br />

Em 24 de agosto, as duas partes chegaram a<br />

um consenso sobre um acordo de paz, 2 que<br />

foi assinado no dia 26 de setembro em<br />

Cartagena. 3 Porém, no dia 2 de outubro, o<br />

acordo foi rejeitado em um referendo, em<br />

parte por conta de preocupações sobre suas<br />

disposições jurídicas.<br />

Em 12 de novembro, as duas partes<br />

anunciaram um acordo de paz revisto, que<br />

foi assinado em 24 de novembro. O acordo<br />

foi ratificado pelo Congresso em 30 de<br />

novembro. Depois disso, era obrigação das<br />

FARC começar um processo de<br />

desmobilização e desarmamento durante<br />

seis meses, que deveria ser monitorado e<br />

verificado, em parte, por uma missão de<br />

observadores desarmados da ONU. Até o fim<br />

do ano, combatentes das FARC ainda tinham<br />

que se reunir nas zonas de concentração<br />

onde estava programado o início do processo<br />

de desmobilização, por conta de atrasos para<br />

tornar essas áreas habitáveis.<br />

Em 28 de dezembro, o Congresso aprovou<br />

uma lei que concede anistia ou perdão a<br />

combatentes das FARC e o fim dos<br />

processos criminais contra agentes das<br />

forças de segurança que não estiverem<br />

sendo investigados ou que não tenham sido<br />

condenados de acordo com o direito<br />

internacional. Aqueles que tiverem cumprido<br />

pelo menos cinco anos de prisão por crimes<br />

previstos pelo direito internacional receberão,<br />

em algumas circunstâncias, a liberdade<br />

condicional. Ambiguidades na lei podem<br />

resultar na não responsabilização daqueles<br />

que abusaram dos direitos humanos.<br />

As modificações feitas no acordo de paz<br />

não trouxeram um fortalecimento significativo<br />

aos direitos das vítimas. No entanto, uma<br />

disposição que exige que as FARC forneçam<br />

um inventário dos bens que adquiriram no<br />

conflito, que seriam usados para dar<br />

reparação às vítimas, seria, se realizado de<br />

fato, um acontecimento positivo.<br />

O acordo de paz criou um Tribunal<br />

Especial para a Paz — a entrar em vigor após<br />

aprovação do Congresso — para investigar e<br />

punir aqueles que cometeram crimes<br />

previstos no direito internacional, uma<br />

comissão da verdade e um mecanismo para<br />

localizar e identificar pessoas desaparecidas<br />

devido ao conflito.<br />

Apesar de alguns aspectos positivos, no<br />

entanto, o acordo não cumpria com as<br />

normas do direito internacional sobre os<br />

direitos das vítimas, incluindo punições<br />

aparentemente incompatíveis com a<br />

gravidade de certos crimes e uma definição<br />

da responsabilidade de comando que<br />

dificultaria a responsabilização das FARC e<br />

dos comandantes das forças de segurança<br />

por crimes cometidos por seus subordinados.<br />

No dia 30 de março, o governo e o ELN<br />

anunciaram que dariam início às<br />

negociações de paz. No entanto, até o fim do<br />

ano o processo ainda não havia sido iniciado<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 99

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