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ANISTIA INTERNACIONAL

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nas áreas controladas por separatistas<br />

continuaram a se deteriorar.<br />

TORTURA E OUTROS MAUS-TRATOS<br />

Houve pouco progresso para levar à justiça<br />

os representantes da lei responsáveis pelo<br />

uso abusivo de força durante os protestos<br />

EuroMaidan em Kiev, em 2013-2014. A<br />

investigação foi prejudicada por obstáculos<br />

burocráticos. Em 24 de outubro, o<br />

Procurador Geral reduziu a equipe e os<br />

poderes do departamento especial<br />

responsável pelas investigações de abusos<br />

durante os protestos EuroMaidan, e criou<br />

uma nova unidade para investigar apenas o<br />

ex-presidente Vyktor Yanukovych e seus<br />

aliados mais próximos.<br />

A nova Secretaria de Investigações do<br />

Estado foi criada formalmente em fevereiro,<br />

para investigar crimes cometidos por<br />

representantes da força policial e pelos<br />

militares, mas a escolha de seu chefe, com<br />

base em uma competição aberta, não havia<br />

sido finalizada até o final do ano. 1<br />

O Subcomitê para a Prevenção de Tortura<br />

(SPT) da ONU suspendeu sua visita à<br />

Ucrânia em 25 de maio, após o Serviço de<br />

Segurança da Ucrânia (SBU) negar seu<br />

acesso a algumas de suas instalações no<br />

leste do país, onde, segundo relatos,<br />

prisioneiros secretos eram mantidos e<br />

torturados, além de receberem outros maustratos.<br />

O SPT retomou e finalizou sua visita<br />

em setembro. Também preparou um<br />

relatório, cuja publicação não foi autorizada<br />

pelas autoridades ucranianas.<br />

DESAPARECIMENTOS FORÇADOS<br />

O advogado Yuriy Grabovsky desapareceu<br />

em 6 de março, e foi encontrado assassinado<br />

em 25 de março. Antes de seu<br />

desaparecimento, Yuriy Grabovsky reclamou<br />

sobre intimidação e hostilidade por parte das<br />

autoridades ucranianas, numa tentativa de<br />

fazê-lo se retirar do caso de um dos dois<br />

operários russos que supostamente foram<br />

capturados no leste da Ucrânia pelas forças<br />

do governo. Durante uma coletiva de<br />

imprensa em 29 de março, o Promotor<br />

Militar-Chefe da Ucrânia anunciou que dois<br />

suspeitos tinham sido presos em conexão<br />

com o assassinato de Yuriy Grabovsky. No<br />

final do ano, eles ainda estavam detidos<br />

aguardando o julgamento e a investigação<br />

estava em andamento. 2<br />

PRISÕES E DETENÇÕES ARBITRÁRIAS<br />

As autoridades ucranianas e as forças<br />

separatistas no leste da Ucrânia se<br />

envolveram em detenções ilegais no território<br />

sob seu respectivo controle. Os civis<br />

suspeitos de simpatizarem com o lado oposto<br />

foram usados como moeda de troca por<br />

prisioneiros. 3 Os que não eram desejados<br />

pelo lado oposto permaneceram presos<br />

durante meses, muitas vezes sem<br />

reconhecimento, sem recursos legais nem<br />

previsão de libertação.<br />

Kostyantyn Beskorovaynyi voltou para casa<br />

em 25 de fevereiro, após seu rapto e o<br />

reconhecimento oficial indireto de sua prisão<br />

sigilosa se tornarem o assunto de uma<br />

campanha internacional. 4 Em julho, o<br />

Promotor Militar-Chefe da Ucrânia prometeu<br />

uma investigação efetiva das alegações de<br />

desaparecimentos forçados, torturas e<br />

detenções secretas de 15 meses realizados<br />

pelo SBU, porém nenhum resultado tangível<br />

da investigação foi informado até o final do<br />

ano.<br />

Dezenas de outras pessoas foram<br />

mantidas em sigilo nas instalações do SBU<br />

em Mariupol, Pokrovsk, Kramatorsk, Izyum e<br />

Kharkiv e possivelmente em outros locais.<br />

Algumas foram, em algum momento,<br />

trocadas por prisioneiros mantidos pelos<br />

separatistas. A Anistia Internacional e a<br />

Human Rights Watch receberam os nomes<br />

de 16 pessoas através de três diferentes<br />

fontes, todas independentes, confirmando<br />

que estas pessoas eram prisioneiras secretas<br />

do SBU em Kharkiv desde 2014 ou 2015, e<br />

compartilharam a lista com as autoridades<br />

ucranianas. Pelo menos 18 pessoas,<br />

incluindo os 16 prisioneiros, foram<br />

secretamente libertados logo a seguir. Suas<br />

prisões nunca foram oficialmente<br />

reconhecidas. Destas pessoas, Vyktor<br />

Ashykhmyn, Mykola Vakaruk e Dmytro<br />

240 Anistia Internacional Informe 2016/17

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