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ANISTIA INTERNACIONAL

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INDONÉSIA<br />

República da Indonésia<br />

Chefe de estado e de governo: Joko Widodo<br />

Leis amplas e com formulação vaga foram<br />

usadas para restringir arbitrariamente os<br />

direitos à liberdade de expressão, de<br />

manifestação pacífica e de associação.<br />

Apesar do comprometimento das<br />

autoridades no sentido de resolver casos<br />

anteriores de violações de direitos<br />

humanos, ainda foi negada a verdade,<br />

justiça e reparação a milhões de vítimas e<br />

suas famílias. Houve relatos de violações de<br />

direitos humanos por parte de forças de<br />

segurança, inclusive assassinatos e uso de<br />

força excessiva ou desnecessária. Ao menos<br />

38 prisioneiros de consciência permanecem<br />

detidos. Quatro pessoas foram executadas.<br />

INFORMAÇÕES GERAIS<br />

Em janeiro, o grupo armado Estado Islâmico<br />

(EI) assumiu a responsabilidade por uma<br />

série de ataques na capital, Jacarta, na qual<br />

quatro terroristas e quatro civis foram mortos.<br />

Em resposta, o governo propôs mudanças ao<br />

projeto de lei antiterrorismo, que poderiam<br />

minar salvaguardas contra a tortura e<br />

detenção arbitrária, bem como expandir o<br />

escopo da aplicação da pena de morte. Em<br />

julho, o General Wiranto, já aposentado, foi<br />

nomeado como Ministro para a Coordenação<br />

de Assuntos Políticos, Jurídicos e de<br />

Segurança. Ele foi indiciado por crimes<br />

contra a humanidade por um tribunal<br />

apoiado pela ONU no Timor Leste. Ele havia<br />

sido apontado como um dos suspeitos em<br />

um inquérito aberto em 1999 pela Comissão<br />

Nacional de Direitos Humanos (Komnas<br />

HAM) por graves violações dos direitos<br />

humanos no Timor Leste associadas ao<br />

referendo de 1999. Nenhuma acusação<br />

havia sido apresentada contra ele até o fim<br />

do ano.<br />

LIBERDADE DE EXPRESSÃO<br />

Leis amplas e com formulação vaga<br />

continuaram a restringir arbitrariamente os<br />

direitos à liberdade de expressão, de<br />

manifestação pacífica, de associação e de<br />

religião ou crença. Em julho, Yanto Awerkion<br />

e Sem Ukago, ativistas políticos papuas de<br />

Timika, foram acusados de “rebelião” sob o<br />

artigo 106 do Código Penal. Em novembro, o<br />

prisioneiro de consciência Steven Itlay, líder<br />

do ramo Timika do Comitê Nacional Papua<br />

Ocidental foi condenado a um ano de prisão<br />

por “incitação”, sob o artigo 160 (ver abaixo).<br />

Outro ativista de Ternate, North Maluku, foi<br />

condenado por “rebelião” por ter postado na<br />

internet uma foto de uma camiseta contendo<br />

uma caricatura do símbolo comunista do<br />

martelo e da foice. Em maio, Ahmad<br />

Mushaddeq, Andry Cahya e Mahful Muis<br />

Tumanurung, ex-líderes do grupo religioso<br />

agora dissolvido Gafatar, foram presos e<br />

depois acusados de blasfêmia sob o artigo<br />

156a do Código Penal e também por<br />

“rebelião” sob os artigos 107 e 110 do<br />

Código. Eles foram penalizados por<br />

praticarem pacificamente suas crenças.<br />

A linguagem vaga empregada na Lei de<br />

Informações Eletrônicas e Transações (ITE,<br />

na sigla em inglês) de 2008 permitiu uma<br />

ampla interpretação das definições de<br />

difamação e de blasfêmia, e a criminalização<br />

da expressão. Harris Azhar, coordenador<br />

executivo da ONG de direitos humanos<br />

KontraS, foi ameaçado pela polícia, por<br />

representantes das forças armadas e pela<br />

Agência Nacional Antinarcóticos com<br />

acusações de difamação, segundo a lei. Isso<br />

se seguiu a um artigo que ele publicou nas<br />

mídias sociais associando oficiais de<br />

segurança e policiais ao tráfico de drogas e<br />

corrupção. As acusações foram suspensas. 1<br />

Em agosto, Pospera, uma organização<br />

partidária pró-governo apresentou uma<br />

denúncia de difamação criminal baseada na<br />

Lei ITE contra I Wayan Suardana, um<br />

defensor de direitos humanos de Bali. A<br />

denúncia foi feita em resposta ao uso que I<br />

Wayan Suardana fez do Twitter para zombar<br />

de defensores de um projeto de larga escala<br />

de recuperação territorial empreendido por<br />

um desenvolvedor comercial em Benoa Bay,<br />

ao sul de Bali. 2 Quando o ano encerrou, a<br />

polícia ainda estava investigando tal<br />

148 Anistia Internacional Informe 2016/17

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