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ANISTIA INTERNACIONAL

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Num dos acontecimentos mais<br />

inesperados, dezenas de milhares de<br />

gambianos participaram de aglomerações<br />

pacíficas antes das eleições presidenciais,<br />

até o final do ano os resultados da eleição<br />

continuavam em disputa.<br />

Os meses que antecederam as eleições<br />

foram marcados por graves violações aos<br />

direitos dos cidadãos de se expressarem com<br />

liberdade. Dezenas de membros da oposição<br />

foram presos, e dois morreram em custódia,<br />

depois de participarem de protestos<br />

pacíficos. Trinta manifestantes foram<br />

condenados a três anos de prisão por seu<br />

envolvimento em protestos pacíficos. Outros<br />

14 esperam julgamento. Todos foram soltos<br />

sob fiança, logo após as eleições, em 1 o de<br />

dezembro.<br />

Apesar de, no início, conceder a derrota<br />

ao líder da oposição Adama Barrow, o<br />

Presidente Yahya Jammeh contestou os<br />

resultados e continuou desafiando a pressão<br />

nacional e internacional para que entregasse<br />

o poder.<br />

O governo de Uganda enfraqueceu a<br />

capacidade do partido da oposição de<br />

desafiar legalmente os resultados das<br />

eleições de fevereiro. Forças de segurança<br />

prenderam diversas vezes o candidato à<br />

presidência Dr. Kizza Besigye e alguns dos<br />

seus colegas de partido e apoiadores, além<br />

de cercar sua casa e invadir o escritório do<br />

partido em Kampala.<br />

Na RDC, houve repressão sistemática de<br />

oponentes à tentativa do Presidente Joseph<br />

Kabila de se manter no poder além do<br />

segundo mandato autorizado pela<br />

constituição, que terminou em dezembro. Os<br />

que criticaram os atrasos na eleição também<br />

foram reprimidos. Agentes de segurança<br />

prenderam e hostilizaram quem se<br />

posicionasse explicitamente no debate<br />

constitucional ou denunciasse violações de<br />

direitos humanos, sob acusações de traição<br />

ao país.<br />

Na Somália, uma crise humanitária aguda<br />

se juntou à crise política sobre os colégios<br />

eleitorais nas eleições presidenciais e<br />

parlamentares, com o grupo armado Al<br />

Shabaab rejeitando todas as formas de<br />

eleição e incitando seus seguidores a atacar<br />

os locais de votação para matar os anciãos<br />

dos clãs, funcionários do governo e<br />

parlamentares que participassem das<br />

eleições.<br />

As autoridades do Congo continuaram a<br />

deter Paulin Makaya, presidente do “Unis<br />

pour le Congo” (UPC), por apenas ter<br />

exercido pacificamente seu direito à<br />

liberdade de expressão. Depois que a<br />

oposição rejeitou os resultados da eleição<br />

presidencial de março, as autoridades<br />

prenderam figuras da liderança da oposição<br />

e reprimiram protestos pacíficos.<br />

As autoridades da Costa do Marfim<br />

perseguiram membros da oposição e<br />

restringiram injustamente seus direitos à<br />

liberdade de expressão e manifestação<br />

pacífica, antes de um referendo sobre as<br />

mudanças constitucionais em outubro.<br />

Nesse contexto, dúzias de membros da<br />

oposição foram presos e detidos num<br />

protesto pacífico. Alguns deles foram<br />

deixados em diferentes lugares da capital<br />

econômica, Abidjan. Outros, a cerca de<br />

100 km de suas casas e forçados a andar de<br />

volta, numa prática conhecida como<br />

“detenção móvel”. Em 20 de outubro,<br />

conforme os manifestantes contra o<br />

referendo começavam a se reunir, policiais<br />

atiraram gás lacrimogêneo, espancaram os<br />

líderes e prenderam pelo menos 50 pessoas.<br />

CONFLITO ARMADO<br />

Os civis nos conflitos armados na África<br />

sofreram abusos e violações graves em<br />

países como Camarões, República Centro-<br />

Africana (RCA), Chade, RDC, Mali, Níger,<br />

Nigéria, Somália, Sudão do Sul e Sudão. A<br />

violência sexual e de gênero estava em toda<br />

parte, e crianças foram recrutadas como<br />

crianças soldados.<br />

Na região ocidental, central e oriental do<br />

continente africano, grupos armados como o<br />

Al-Shabaab e o Boko Haram perpetraram<br />

violência e abusos constantes, deixando<br />

centenas de civis mortos e sequestrados,<br />

além de milhões de pessoas forçadas a viver<br />

em estado de medo e insegurança, dentro ou<br />

fora de seus próprios países. Em Camarões,<br />

Anistia Internacional Informe 2016/17 17

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